Como já aqui afirmei:
Tenho por Manuel Alegre muito respeito. E admiração. Como homem, como poeta (maior), como político.
Por isso, saudei a disponibilidade e a vontade manifestada por Manuel Alegre quando se candidatou à liderança do Partido.
Por isso, saudei a sua disponibilidade e a sua vontade em se candidatar às próximas eleições presidenciais, quando se verificava o vazio de candidaturas existente.
Foi, na minha opinião, então, um homem de coragem, com o sentido do dever, com a vontade de se colocar ao serviço dos seus ideais.
Só que, há alturas na vida que a vida nos surpreende. E, de um momento para o outro, no seu Partido de sempre, a escolha presidencial recaiu noutra figura igualmente grande da nossa história recente, Mário Soares, afinal, seu amigo de longa data.
Por isso, não consigo perceber as razões que levaram o Poeta a tomar esta decisão. Nas próximas presidenciais, quer queiramos, ou não, a grande decisão que se irá colocar aos portugueses é a opção entre as candidaturas de Mário Soares ou de Cavaco Silva. Tão simples quanto isto. Sem mais.
Por isso, entendia eu que Manuel Alegre, depois de um acto generoso de disponibilização política, teria compreendido o que se estava a passar e daí tiraria as respectivas ilações. Teria entendido, sobretudo, que, agora, o tempo era já outro. Teria percebido o que, agora, estava em jogo.
Por isso, de facto, não consigo perceber o que faz correr Manuel Alegre. Ou o que querem os que o terão pressionado. Serão os mesmos que não apareceram quando, então, se tinha disponibilizado para se candidatar?
E, já agora, apenas duas notas:
- Manuel Alegre é candidato para ser eleito Presidente da República, ou apenas lá vai para “ajudar a derrotar Cavaco”?
- Tendo o PS (Partido onde está filiado) optado por apoiar oficialmente outra candidatura, não deveria Manuel Alegre, antes de a assumir publicamente, desvincular-se da sua filiação partidária?
Ou será, afinal, que Manuel Alegre estará tão-somente a corporizar uma ideia que está a perturbar uma parte da esquerda portuguesa. Aqueles que se deixaram convencer (por sondagens ou outros meios...) que Cavaco terá todas as hipóteses de ganhar as presidenciais logo na primeira volta, se não houver mais candidatos à esquerda. A exemplo do que se passou há uns anos com Lurdes Pintassilgo e Salgado Zenha. Só que me parece que, nem Alegre é Pintassilgo, nem Cavaco é Freitas, nem o próprio Soares é o mesmo Soares.
1 comentário:
Com os candidatos que estão perfilados... quase me apetece dizer... voltemos à Monarquia... como o dito herdeiro do trono é quem é ... está talvez na altura de devolvermos o país à coroa de Espanha...
FORÇ'AÍ!
js de http://politicatsf.blogs.sapo.pt e membro do Movimento PR'ó Coiso em http://mprcoiso.blogs.sapo.pt
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