Muito espera Dom Figurão
Do pouco que resta à plebe.
Fala alto com palavras sonoras
Mas cala o olhar a quem o descobre.
Assume a imponência com bravura
Mas foge quando o combate é iminente.
Muito alcança Dom Figurão
Com o silêncio da plebe adormecida.
Usa o poder seguro da sua grandeza
E despreza a força dos fracos e indefesos.
Só tem uma palavra. A sua.
Os outros apenas podem ouvir. E anuir.
Muito pode Dom Figurão
Com a fraqueza da plebe submissa.
Sonha reinos libertos e vivos
Que produzam consumidores paralíticos.
Desce à plebe com gestos esquivos
Árido de sentimentos e afectos.
Muito quer Dom Figurão
Tanto, tanto... mais não.
(Teorema, Dezembro 2003)
sexta-feira, setembro 30, 2005
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