Polémicas da crise
Uma das grandes discussões que grassam ainda entre nós todos (para além das autárquicas e presidenciais), tem sido a questão dos investimentos estruturais do Governo, neste caso, o novo aeroporto e a linha de alta velocidade (TGV). Muito se tem dito nos últimos tempos, quer a favor, quer contra. Sobretudo (nalguns lados) contra.
É que, nos últimos tempos, alguns há que tudo têm aproveitado para contestarem e porem em causa a decisão governamental. Nos jornais, mas sobretudo na blogosfera, tem sido um corrupio no sentido de minorarem, apoucarem, menosprezarem a decisão tomada. Com grandes análises, enormes argumentos, muitas e eloquentíssimas palavras, enfim, com toda uma retórica, no mínimo surpreendente. Ou não. E com isto tudo, os epítetos que têm sido colados a José Sócrates e seus ministros têm crescido a um ritmo bem interessante.
Como se a ideia de se avançar com a construção do novo aeroporto e da construção da linha de alta velocidade (TGV) só tivesse surgido este ano. Como se isto fosse uma criação apenas e tão-somente deste Governo. Como se já não se tivesse discutido e encarado este assunto há mais tempo. Que me lembre, já oiço falar nestes temas pelo menos desde os Governos de Cavaco Silva. Bem, no caso do novo aeroporto, parece-me que há bem mais tempo. (É bom não termos memória curta.)
Por isso, quer-me cá parecer a mim, para já, que toda esta sanha que se está a verificar por parte destes iluminados do não, tem muito mais a ver com o facto de parecer ser agora uma forte possibilidade a concretização destes projectos. Enfim, meus caros, é da vida! Que outros o não tivessem querido ou podido fazer, não é culpa deste Governo. É que, afinal parece que se vai fazer qualquer coisa. Em terra de “zero fazer”, sei bem que isto é complicado. Chateia, até.
E já agora, gostaria de saber onde estavam esses iluminados noutras ocasiões. É que nunca ouvi, nem vi, como hoje, esta onda de inquietação, de indignação, de perturbação, mesmo. Onde andavam (e que resultado tiveram), portanto, esses iluminados, quando, por exemplo, se lançou e construiu o Centro Cultural de Belém? Onde estavam quando se lançou e se realizou a EXPO-98? O Euro 2004? E, se calhar, há mais. E nem me quero referir ao Alqueva (até por decoro, se me permitem), porque afinal e embora os “Velhos do Restelo”, o que se verificou foi que aí se pecou pelo tardar da sua realização. Aí, perdeu-se, no fim de contas, tempo demais. (Creio bem que a pedir grandes discussões públicas, grandes debates, inúmeros estudos, porventura referendos, eu sei lá…)
E para que conste, dizem que estes projectos vão custar a cada português qualquer coisa como, mais ou menos, 1.500,00€. (E se for, vá lá, vá lá…) Mas como se dizia há dias no Público, o que era bom questionar, afinal, era que, em 2020, quanto é que cada português gastaria (ou perderia) por não se terem realizado estes projectos.
Por mim, que não sou especialista nestas coisas, quer-me cá parecer que prefiro muito mais correr os riscos inerentes a este desenvolvimento, mesmo que em tempos de “vacas magras”, do que perder o comboio da história. É que, tempos de crise, de “vacas magras”, não podem significar imobilismo, desenvolvimento zero, medo do futuro.
É em tempo de dificuldades que se vê quem são os corajosos.
(Vila Nova de Mil Fontes, 18 de Agosto de 2005)
Uma das grandes discussões que grassam ainda entre nós todos (para além das autárquicas e presidenciais), tem sido a questão dos investimentos estruturais do Governo, neste caso, o novo aeroporto e a linha de alta velocidade (TGV). Muito se tem dito nos últimos tempos, quer a favor, quer contra. Sobretudo (nalguns lados) contra.
É que, nos últimos tempos, alguns há que tudo têm aproveitado para contestarem e porem em causa a decisão governamental. Nos jornais, mas sobretudo na blogosfera, tem sido um corrupio no sentido de minorarem, apoucarem, menosprezarem a decisão tomada. Com grandes análises, enormes argumentos, muitas e eloquentíssimas palavras, enfim, com toda uma retórica, no mínimo surpreendente. Ou não. E com isto tudo, os epítetos que têm sido colados a José Sócrates e seus ministros têm crescido a um ritmo bem interessante.
Como se a ideia de se avançar com a construção do novo aeroporto e da construção da linha de alta velocidade (TGV) só tivesse surgido este ano. Como se isto fosse uma criação apenas e tão-somente deste Governo. Como se já não se tivesse discutido e encarado este assunto há mais tempo. Que me lembre, já oiço falar nestes temas pelo menos desde os Governos de Cavaco Silva. Bem, no caso do novo aeroporto, parece-me que há bem mais tempo. (É bom não termos memória curta.)
Por isso, quer-me cá parecer a mim, para já, que toda esta sanha que se está a verificar por parte destes iluminados do não, tem muito mais a ver com o facto de parecer ser agora uma forte possibilidade a concretização destes projectos. Enfim, meus caros, é da vida! Que outros o não tivessem querido ou podido fazer, não é culpa deste Governo. É que, afinal parece que se vai fazer qualquer coisa. Em terra de “zero fazer”, sei bem que isto é complicado. Chateia, até.
E já agora, gostaria de saber onde estavam esses iluminados noutras ocasiões. É que nunca ouvi, nem vi, como hoje, esta onda de inquietação, de indignação, de perturbação, mesmo. Onde andavam (e que resultado tiveram), portanto, esses iluminados, quando, por exemplo, se lançou e construiu o Centro Cultural de Belém? Onde estavam quando se lançou e se realizou a EXPO-98? O Euro 2004? E, se calhar, há mais. E nem me quero referir ao Alqueva (até por decoro, se me permitem), porque afinal e embora os “Velhos do Restelo”, o que se verificou foi que aí se pecou pelo tardar da sua realização. Aí, perdeu-se, no fim de contas, tempo demais. (Creio bem que a pedir grandes discussões públicas, grandes debates, inúmeros estudos, porventura referendos, eu sei lá…)
E para que conste, dizem que estes projectos vão custar a cada português qualquer coisa como, mais ou menos, 1.500,00€. (E se for, vá lá, vá lá…) Mas como se dizia há dias no Público, o que era bom questionar, afinal, era que, em 2020, quanto é que cada português gastaria (ou perderia) por não se terem realizado estes projectos.
Por mim, que não sou especialista nestas coisas, quer-me cá parecer que prefiro muito mais correr os riscos inerentes a este desenvolvimento, mesmo que em tempos de “vacas magras”, do que perder o comboio da história. É que, tempos de crise, de “vacas magras”, não podem significar imobilismo, desenvolvimento zero, medo do futuro.
É em tempo de dificuldades que se vê quem são os corajosos.
(Vila Nova de Mil Fontes, 18 de Agosto de 2005)
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