sábado, janeiro 31, 2009

De vez em quando é vital parar e "olhar"

“Uma das grandes enfermidades é não ser ninguém para ninguém.”
Teresa de Calcuta

sexta-feira, janeiro 30, 2009

NO NOME DA ROSA

A “Casa” da Carmo Rosa faz hoje dois anos.
Quem por lá passa, o que descobre é que esta casa é um espaço onde as emoções estão sempre presentes em quantidades enormes. Para cantar, ou para chorar. Para encantar ou para desencantar – [-] se, é evidente.
Quem por lá passa, o que vê é tão-somente a naturalidade e a simplicidade de gente que sabe o que é importante. O resto, bem, o resto, ficará (não poderia ser de outra maneira) para quem não percebe que a importância das coisas está no que elas próprias são, e não na roupagem que usam.
Dizia ela a abrir, num tal dia 30 deste mês, há dois anos:
Como é que se começa nestas coisas, nem sei. Apenas sei que tenho um espaço de partilha, posso desabafar, dizer disparates e só lê quem quer.”
E a receita lá estava, no final desta primeira entrada:
Uma dica: embora exija um certo esforço, gosto de surpreender com um pequeno-almoço de scones, resulta sempre.”

Por isso, Muitos Parabéns, prima. Espero que continues a ter esta porta aberta, para que todos fiquemos a ganhar.

Poema breve

Era uma vez um fósforo.
Incendiou-se.
E cumprindo seu destino
Se finou em volátil poeira.

quarta-feira, janeiro 28, 2009

HAIKU

Chuva miudinha.
No corpo pequeno
Água grande.

terça-feira, janeiro 27, 2009

Pensamentos subversivos (LXXIX)

Há palavras que nos soam com o diáfano manto do encantamento. Quando as ouvimos, o seu som vem ornamentado com o mágico encanto dos feitiços que, muitas vezes, nos adormecem e inebriam.

Há palavras que mais não são, para quem as profere, que desejos, não muitas vezes assumidos com o sentimento de ser e de compreender. Apenas servem, quase sempre, para revelar o que está escondido e que não se quer revelar.

Há palavras que quando libertas e assumidas, a maior parte das vezes apenas conseguem descobrir a inquietação, a vontade de aprender, a dúvida enquanto procura e pesquisa. São as palavras que as mais das vezes são esquecidas nas nossas praças, nos nossos fóruns, nas nossas casas, até.

E há palavras que, quase sempre, apenas servem para serem sentidas. Para nossa serena descoberta do que é importante.

domingo, janeiro 25, 2009

Outros olhares

Teresa Velilla Antolin
abuela en bici
oleo sobre lienzo, 2008
Imagem
daqui

sábado, janeiro 24, 2009

Avoamentos

Há tempos que normalmente mais não nos trazem que os mais íntimos anseios que nos afogam. Porque os nossos caminhos muitas vezes apenas servem para saciarmos as nossas ancestrais pequenas ambições.

Quando a história que procuramos construir só serve para vestir as nossas paixões [as paixões que nos levam ao abismo, apenas estas] o que podemos esperar do tempo da história é, se calhar, tão somente, a história que fatalmente não terá memória no decorrer do tempo.

Há tempos, na verdade, que normalmente mais parecem os tempos da memória esquecida de purgatórios purificadores de infernos construídos pelas nossas próprias aventuras.

Se calhar, estes são os nossos tempos
Se calhar, vale a pena sabermos olhar os nossos tempos com os olhos serenos do próprio tempo.

quinta-feira, janeiro 22, 2009

“Ateu, Graças a Deus”

Hoje ao final da tarde, estive na Sé Patriarcal, no Pontifical em honra de S. Vicente, o padroeiro da Diocese de Lisboa. Os porquês e os motivos, aqui não importam, a não ser que lá estive.

E, curiosamente, nem sei lá muito bem porquê, nem a que título, ali, naquele espaço dito de paz e serenidade, me lembrei do meu grande e velho amigo Vasconcelos. Grande e velho como grande e velho é, afinal, o tempo.

Dizia-me ele, há uns tempos que nem sou capaz já de precisar, que de vez em quando, quando um azar lhe batia à porta, as suas palavras eram quase sempre: ‘bolas, que grande azar: se Deus quiser esta treta há-de passar!’ E olhava-me sorridente e matreiro, seguro da sua arreigada crença ateia. É que, dizia-me, ‘deixa-me lá ir dizendo isto, porque neste caso, de um Deus que eu não creio exitir, nunca se sabe como vai acabar. É que, se, por um furtuito acaso, Ele existir, então deverá lembrar-se que eu também já o lembrava...’

“Prémio Dardos”

O meu amigo DAN [Pouco de Tudo] resolveu dar-me um presente.
Sei que o merecimento estará apenas na simpatia e bondade com que vai olhando e entrando cá em casa.
Mas a vida é isto mesmo: surpresa e dádivas que nos vão surgindo, as mais das vezes sem delas termos sonhado.
Por isso, aqui venho com toda a amizade dizer ao caríssimo DAN que estou contente. E agradecido pela prenda que me quis dar. Porque, tenho a certeza, o seu coração é bem grande. Talvez do tamanho de um planeta que eu aprendi a gostar: o Planeta do Principezinho.

O premiado deve:
* exibir a imagem do selo em seu blog
* linkar o blog que o indicou
* escolher outros 15 blogs a quem entregar o Prêmio Dardos
* avisar os blogueiros escolhidos.

Pela minha parte, deixo aqui os blogues que mais visito e que gosto de visitar. Existem muitos mais, estou certo, mas para já, ficam aqui estes:

terça-feira, janeiro 20, 2009

Pensamentos subversivos (LXXVIII)

Que chatice, a partir de hoje ficamos mais pobres no anedotário da vida globalizada.
Mas ainda bem!

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Oração

Os teus olhos sempre se revelaram
No meu olhar vivo e inquieto.
Visão aberta à descoberta do tempo.

A tua boca manifestou-se em silêncio
No meu sorriso franco e tranquilo.
Lábios que saboreiam a palavra do tempo.

As tuas mãos abriram-se em prece
Na minha oração livre e perene.
Diálogos perdidos e encontrados no tempo.

domingo, janeiro 18, 2009

Outros olhares

Andrei Rublev
João Evangelista
(1408)
Imagem
daqui

“HAIKU” [XXXVI]

Gelo pouco espesso
E, sob ele, armadilhado
Um brilho do poente.

YOSHINO YOSHIKO (n. 1915)

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Pensamentos íntimos

É quando nos sentimos únicos
Senhores dos nossos destinos
Que acabamos por descobrir
Os nossos espaços e os nossos tempos
Tão cheios e tão preenchidos

terça-feira, janeiro 13, 2009

Provébios

"Indepente se foi a faca que caiu no melão ou se foi o melão que caiu sobre a faca, o melão irá sofrer."
Provérbio Africano
Encontrado
aqui

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Outras leituras

Avoamentos

Escrevo palavras abertas
Em tempos fechados
E escuto apenas vozes adormecidas.

Há textos que urgem libertar-se
Se quisermos o sonho do devir
Se aspirarmos os tempos de vida.

domingo, janeiro 11, 2009

sábado, janeiro 10, 2009

Ler os outros

Bem dito

«(...) Sem ilusões! Este ano, vamos ter de ser solidários com os que não conseguem encontrar emprego. Essa deve ser a nossa prioridade. Não podemos aceitar sociedades que sacrificam alguns para que outros possam seguir a sua vida sem sobressaltos. O que se pede a todos os partidos, sejam de Esquerda ou de Direita, é que se preocupem com os deserdados do sistema.»
Paulo Baldaia
Cortar mais nos impostos é dar a quem já tem
Correio da Manhã, 10.01.2009

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Avoamentos

Quando nos convencemos possuidores de todos os dados
E apenas conseguimos ver à nossa frente mãos vazias
Acabamos quase sempre por nos deixarmos antecipar pelo destino.

Às vezes mais valia perdermos algumas mãos da partida em jogo
E descobrirmos com mais argúcia a jogada final que nos dá a vitória.

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Citação do dia

Conhecer os outros é sabedoria. Conhecer-se a si próprio é sabedoria superior
Lao-Tsé
China Antiga, [-570--490], Sábio
Citação
daqui

Outras leituras

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Outros olhares

Ramaz Razmadze
After dinner conversation
Oil/Cardboard
Imagem
daqui

terça-feira, janeiro 06, 2009

Avoamentos [Coisas da minha aldeia]

Na minha aldeia, lá para os confins de qualquer lado, correm ventos de mudança. Vão haver alterações nas tarefas do povo. De tempos a tempos é necessário provocar as mudanças necessárias nas várias tarefas, até para não haver canseiras, desânimos e fragilidades que os inibam.

Na minha aldeia também o Ancião tem tempos definidos para presidir ao Conselho dos Sabedores. E hoje, os tempos são de preparação para a troca de intervenientes, já que se está a esgotar o tempo do actual.

No horizonte surgem já dois Anciãos que se disponibilizaram para presidir ao Conselho dos Sabedores. O Ancenor e o Padrenor, o primeiro o preferido para já por uma pequena maioria.

Na sua estratégia, Ancenor mais vai parecendo, de vez em quando, que a cada dia que passa, que se está a convencer que, se calhar, é o outro o que acabará por fatalmente ficar a presidir ao Conselho.

E, sinal dos tempos, agora que tem de substituir um elemento da sua equipa, até já chegou a ponderar ir ter com o outro para este lhe indicar quem deverá ser o escolhido.

Às vezes, nem sempre se percebem muito bem alguns passos que alguns teimam em arriscar. É que há riscos que, as mais das vezes, apenas servem para nos perder.

segunda-feira, janeiro 05, 2009

A abrir esta garrafa da colheita de 2009

E cá estamos.
Ano novo, vida nova. Bem, de nova, apenas o sonho.

Cá dentro, os sinais de crise, para não dizer crise propriamente dita, são para se manterem e até a acreditar no nosso Primeiro, este vai ser o ano horribilis. Na educação, os braços de ferro parecem terem vindo para ficar, não se vislumbrando sinais de diálogos de esperança. O desemprego, em vez de se conter, cada vez mais parece um balão a inchar, não se sabendo é quando pode rebentar. As mãos de ferro continuam sobretudo a cair em cima dos mais fracos, dos mais pequenos, continuando os mais fortes a contar com as habituais protecções. Os valores continuam a confundir-se, sobrepondo a fria e injusta legalidade à ética com que deveríamos entender as coisas da vida e da nossa terra.

E lá por fora, tudo parece continuar na mesma, com os mesmos e habituais argumentos em favor de intervenções violentas que a montante e a jusante se vão perpetuando. E os nossos olhares lá vão continuando a não quererem ver a condição que de humana muitos dos nossos irmãos não conhecem nem sequer conseguem sonhar.

Portanto, ano novo, mas tudo afinal na mesma.