Depois de Auschwitz, não há teologia:“Simon Wiesenthal, o célebre "caçador de nazis" austríaco, morreu hoje, aos 96 anos de idade, em Viena, anunciou a organização não-governamental com o seu nome, num comunicado divulgado na Internet. (…)
Simon Wiesenthal era a consciência do Holocausto", afirmou o Rabi Marvin Hier, fundador da organização Wiesenthal.”
Público, 20 de Setembro de 2005
Das chaminés do Vaticano levanta-se fumo branco –
sinal que os cardeais escolheram um Papa.
Dos crematórios de Auschwitz, levanta-se fumo negro –
sinal que o conclave dos Deuses não escolheu ainda
o seu povo.
Depois de Auschwitz, não há teologia:
os prisioneiros do extermínio têm nos braços
os números de telefone de Deus,
números que não respondem
e que se desligam, um a um.
Depois de Auschwitz, uma nova teologia:
os judeus que morreram no Shoá
são agora semelhantes ao seu Deus,
que não tem imagem ou semelhança e não tem corpo.
Eles não têm imagem ou semelhança e não têm corpo.
Yehuda Amichai (1924-2000), poeta israelita
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