José Braga Gonçalves dá-nos, neste livro, uma visão diferente de Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), 1º Conde de Oeiras e 1º Marquês de Pombal, célebre ministro do rei D. José I, o mais notável estadista do seu tempo, não só de Portugal, como de toda a Europa.
Numa história, dentro de uma outra “mais actual”, JBG procura encontrar a linha condutora da vida de um homem do Sec. XVIII, reformador na mais larga acepção da palavra, que tinha Richelieu como seu ideal. Como ele, desejava consolidar o régio poder com o fim de introduzir alterações profundas no regime do Estado. Com o terramoto de 1 de Novembro de 1755, que veio converter Lisboa num montão de ruínas, aproveitou Sebastião de Carvalho para mostrar o seu génio organizador e a sua assombrosa energia.
No fundo, o que parece ficar desta procura é a questão que JBG lança ao vento: Afinal, Sebastião José, o Marquês de Pombal, o reformador, o admirador de Richelieu, Cardeal e Chanceler de França, era apenas Maçon (iniciado em Viena de Áustria), ou também – e sobretudo – membro dos “lluminati”? E não é inócua, nem ingénua, esta diferença. Estará JBG a falar de quem? Apenas do Marquês de Pombal?
“A sua atenção recaía sobre a vida e não a morte, abissal diferença entre o ritualismo dos illuminati e dos maçons.” (Pg. 96)
Quer-me parecer que José Braga Gonçalves começou, desta maneira, a ajustar algumas contas. Primeiramente consigo próprio. Depois com os outros todos (amigos, ex-amigos, companheiros, ex-companheiros…).
E de uma coisa parece estarmos certos: ele sabe bem com quem. E quer-me parecer também que eles o sabem igualmente.
Um livro que vale a pena, seguramente, ler.
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