Vieira da Silva, o Ministro da Segurança Social, resolveu manter, para já, Catalina Pestana na Casa Pia. A decisão já estava manchada há algum tempo, tendo em conta as reacções de vários sectores, que surgiram “a anteriori”.
A única certeza que tenho é tão-somente a de que, se a decisão fosse outra, teríamos uma verdadeira revolução na opinião pública (a mesma opinião pública, aliás, que andou bem quieta quando se foram lançando para a lama vários nomes que, afinal de contas, agora estão fora das acusações). Cairiam, não o Carmo e a Trindade, mas seguramente o Centro Cultural de Belém, com o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém a reboque.
Por mim, Catarina, a omnisciente Provedora de uma casa que cada vez mais é menos pia, bem que poderia ir descansar do cargo que ocupa agora. Só lhe fazia bem. E até nem me pareceria mal que ficasse apenas nomeada para acompanhar o julgamento que está a decorrer. E sobre isto, vale a pena lembrar o que Fernando Madrinha dizia há dias no Expresso, na sua crónica “Preto no Branco”: “Para já, o que se pode dizer é que, à medida que os processos avançam, mais dúvidas se instalam sobre a hipótese de se fazer a justiça reclamada por todos num caso que durante dois anos dominou a vida pública nacional. Se há vítimas, decerto que houve agressores. Mas no meio de tantos erros «grosseiros», «dúvidas insanáveis» e malabarismos processuais, pode acontecer que nunca sejam encontrados. A não ser que confessem, claro. E, sendo assim, o mais certo é que Carlos Silvino acabe por pagar sozinho pelos crimes de todos.”
E, já agora, que falamos no caso, parece que o modelo da Casa Pia vai ser reestruturado. É o sentido do relatório apresentado pela Comissão que estudou a instituição. Quer-me cá parecer que não irão ser os mais desfavorecidos o objecto principal e primordial da instituição. E, neste caso, e para já apenas neste caso, até estou de acordo com o que disse Adelino Granja, numa crónica sua num diário, quando afirmou que o Intendente Pina Manique deve estar a dar voltas no túmulo ao ver o que estão a fazer à instituição que ajudou a fundar.
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