terça-feira, outubro 25, 2005

Desabafos de privilégios


Cá para mim já está a cheirar mal (mas mesmo muito) todas estas situações ligadas às questões dos magistrados do ministério público e dos seus funcionários.

Depois de ouvir, hoje na comunicação social, os argumentos dados por um juiz, pasmei e fiquei de boca aberta. Para não dizer outra coisa (o pensamento é livre e escapam-nos muitas vezes expressões bem mais fortes). Na verdade, são uns desgraçados, cheios de problemas com a vida que levam, com ordenados de miséria, com cargas horárias sobre-humanas, trabalhando debaixo da tirania de patrões execráveis, que os não deixam levantar sequer a cabeça. E se protestam ou recorrem do que lhes impõem, as sentenças são sempre contra si.

A sério, a sério, quer-me cá parecer a mim que um dia os verdadeiros deserdados da vida, os que levam da vida o sabor amargo da necessidade básica não resolvida, os que nunca contaram para nada (nem para esta comunicação social tão atenta e solícita a estes tão dignos representantes da soberania enquanto órgão), poderão dar-lhes a resposta adequada. E, se calhar, necessária. E, curiosamente, com a calma, a mansidão, a paz, a justiça que, por agora, esses Senhores parece não terem.

E já agora, para que não hajam dúvidas sobre algumas coisas, vale a pena ler este post do Câmara Corporativa sobre os vencimentos dos juízes e procuradores por essa Europa fora.

Haja Deus, meus Senhores!

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