quinta-feira, março 09, 2006

Mudanças em Belém

Hoje, há mudança de inquilino no Palácio de Belém. De quem entra, não me apetece, para já, dizer nada. Enfim, lá está. Chega.

Jorge Sampaio termina, assim, hoje, o seu mandato como Presidente da República Portuguesa. Mais do que procurar aqui um balanço do que foram os seus dias passados a ocupar o Palácio de Belém, fica-me apenas uma sensação estranha, uma dúvida: o que se terá passado para que a sua bem patente firmeza inicial sobre a questão do que se considerou chamar o caso do “envelope 9”, se tenha esfumado com o tempo. E que a resposta, breve como disse estar à espera, afinal tenha sido transformada em resposta sem resposta, por enquanto. Deixou, afinal, Souto Moura entregue a si próprio, quando o que se lhe pedia era que cumprisse o seu desígnio. No mínimo.

No dia da sua saída, gostaria de guardar na memória outras coisas. Mas o que parece que me vai ficar por enquanto, é esta dúvida. E não é pouco, convenhamos.

E, até tinha e tenho, de Jorge Sampaio, um sentimento bem simpático e carinhoso. Do contacto que com ele mantive, ficou-me a certeza de que é um homem bom, digno, sério, trabalhador incansável e de uma cultura ímpar. E, sobretudo, um agradável e bom companheiro para uma franca e amena conversa.

E, já agora, tenho pena de não continuar a ter em Belém um Presidente que quando nos encontrávamos me perguntava sempre novas do meu Benfica e eu lhe respondia por novas também do seu Sporting. Era, sinceramente, muito giro. E, de certo, desconcertante para muitas pessoas.

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