Nos tempos que correm, onde o que mais impera é o vale tudo, o que mais se torna notado é a pura e dura competição, selvagem e sem escrúpulos, onde a maior parte das vezes é o Ter que se sobrepõe ao Ser, onde o que sobressai é a imagem que se quer dar e não a realidade das coisas, é importante fazer eco daquilo que verdadeiramente faz a história mover-se.
Por isso, não resisto a deixar aqui o que o Fernando Madrinha escreveu no Expresso, na sua coluna semanal “Preto no Branco”:
(*) Sub-título da crónica, no semanário“(…) Veja-se o caso do Banco Alimentar contra a Fome. Em si mesmo, é uma máquina exemplar de organização e eficiência, comandada por Isabel Jonet e movida, no seu quotidiano, apenas por voluntários, muitos deles a tempo inteiro. Mas é quando sai para a rua que mais facilmente se pode avaliar a sua importância crescente. Duas vezes por ano – na Primavera e no Outono – estimula e mobiliza a boa-vontade de milhares de pessoas, de centenas de empresas e entidades dos mais diversos sectores, em operações de recolha de alimentos para serem distribuídos pelas instituições de solidariedade que apoiam directamente os mais necessitados. No último fim-de-semana, juntou mais de mil toneladas de alimentos, o que corresponde a um aumento de 18,5% em relação à campanha de Dezembro do ano passado. (…)
Num mundo que nos parece cada vez mais desumanizado e numa sociedade que, por vezes, nos dá a sensação de estar em vias de se desagregar, com a lógica implacável do salve-se quem puder a impor-se como cultura dominante e irreversível, a disponibilidade destas pessoas – e a de milhares de outros que trabalham regularmente no apoio a múltiplas instituições de solidariedade que actuam em todos os sectores e um pouco por todo o território – é um capital social precioso para qualquer país. Assim haja quem saiba mobilizá-lo e pô-lo a render a favor dos que mais precisam, isto é, em benefício de todos.”
1 comentário:
Os portugueses, passo a passo, mas sempre com mais força está a fazer cada vez mais voluntariado.
Eu acho o povo português bastante solidário mas as condições de vida por vezes fazem atrasar essa solidariedade inacta.
Um abraço.
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