sexta-feira, dezembro 09, 2005

O Jardim (XII)

Era uma vez um sonho.
Revalava-se cada dia
Como ânsia de descoberta.

Como todos os jardins
O meu corria bastas vezes
O caminho da apatia.
Fechava-se
E não era capaz
Da aventura
Do risco.

Por isso o sonho.
Por isso a incredulidade
A invadir a certeza.

E da incredulidade
Nasceu a intolerância.

Por isso a violência
O medo do futuro
A temeridade do devir.

E assim o sinédrio
A acusação
O julgamento.
E a morte
Foi a conclusão
Da lógica do quotidiano.

Hoje no meu jardim
Despontam sem receios
Martírios da nossa certeza.

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