terça-feira, julho 26, 2005

Presidenciais – Mário Soares

Tenho por Mário Soares muito respeito. Ele é, nos dias que correm, uma voz livre e, por vezes, incómoda, na nossa sociedade. Quando fala, quando se manifesta, pode-se não estar de acordo com o que diz, mas não se pode negar que o seu espírito, que a sua capacidade de crítica e de análise, que a sua lucidez, não estejam bem patentes e se afirmem com particular força e sentido. Sobretudo no deserto de ideias que parece ser o que nos rodeia.
Tenho por Mário Soares muito respeito. É verdade que nem sempre concordei com ele. Com as suas decisões. Com as suas análises. Com a sua maneira de agir nos cargos que ocupou. Ou, porventura, nem sempre compreendi as suas posições políticas. Mas, ao longo do tempo, fui sendo capaz de olhar para ele com olhos cada vez mais benignos. Talvez porque também para mim a idade se foi manifestando.
Tenho por Mário Soares, de facto, muito respeito. Hoje, olho para ele como “um mais velho”. Sinto-o como um dos “anciãos” da nossa comunidade. Onde repousa o saber (e o sabor) do tempo. É uma honra para ele. É uma honra para nós. Como se dizia antes e como se diz agora, Mário Soares é um dos Senadores da República.
Por tudo isto, não estou muito seguro que gostaria de ver agora Mário Soares candidato à Presidência da República. Porque o respeito muito. Porque me parece, até, que é uma maldade o que lhe estão a fazer. Por muito, até, que ele tenha a tentação de dizer que quer voltar a ser Presidente de todos os portugueses.
Mas, para que fique claro, e para que não restem quaisquer dúvidas, se ele for candidato, será naturalmente o meu candidato. Com todo o meu empenho. E, estou certo, será o próximo Presidente da República.Que a fortuna o proteja.

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