quarta-feira, julho 20, 2005

Há coisas que nos fazem (pelo menos) pensar...

Recebi, num destes dias, de pessoa amiga, um e-mail, que me fez pensar. Como se pode destruir alguém, sem que se reparem os danos. De facto, para sujar, manchar, um nome, bastam poucos segundos. Para o recuperar, limpar, uma eternidade. É uma triste realidade que, muitas vezes, esquecemos. Pelo menos de denunciar. A nossa sociedade disto se tem tornado perita. Connosco todos de olhos fechados (ou a olhar para outros lados, pelo menos).
Para que conste, e pelo menos como aprendizagem a saber olhar, aqui fica a história que essa mão amiga me enviou, dizendo-me, e cito: "O autor deste mail, é meu colega e um excelente profissional. Por isso esta história merece da minha parte a maior consideração e indignação".

Há cerca de um ano um amigo meu que trabalhava honestamente como porteiro numa escola, aguardando assim a sua aposentação foi alvo da maior calúnia que se pode fazer a uma pessoa: uma acusação de abusos sexuais a uma criança de 3 anos!

Para além das ofensas verbais, essa pessoa foi também agredida pelo pai da criança dentro do recinto escolar, pelo que recebeu tratamento no Hospital Garcia de Orta.

Depois de efectuados os respectivos exames médicos e de DNA e os inquéritos judiciais, quer ao lesado quer ao menino (que no fundo foi uma vítima da sua mãe), a conclusão foi a seguinte: o menino estava cheio de parasitas interiores (vulgo lombrigas) e era alvo de maus hábitos higiénicos. Desta forma o menino queixava-se de dores na região anal, tendo dito que teria sido picado por uma abelha. O irmão mais velho desse menino, que com certeza ouvia-o queixar-se, decidiu então inventar toda esta triste história, ou seja, de que teria visto o porteiro a encostar a "pilinha" no irmão!

A mãe, acto contínuo, gravou uma cassete, dissimulando o rosto, com a voz dela e o falso depoimento do filho, a qual a TVI passou por várias vezes no telejornal em horário nobre sem sequer se preocupar primeiro em verificar a veracidade ou aguardar o desfecho dos factos. O jornal correio da manhã também divulgou a notícia.

Quanto ao irmão da criança dita lesada (lesada sim mas pela própria mãe), a conclusão dos inquéritos judiciais foi a seguinte: "O (........) revelou-se uma criança muito fantasiosa (mentirosa), tendo inventado toda esta história e desmentido tudo e dito a rir que tinha sido só uma brincadeira".

Deste modo o processo foi encerrado. No entanto, o "acusado" esteve vários dias sem querer sair de casa, por vergonha de encarar o mundo exterior devido a esta monstruosa acusação. Esteve também à beira duma depressão, tendo pensado inclusivamente em pôr termo à sua vida, pois trata-se duma pessoa que sempre viveu a sua vida honesta e honradamente. Sofre também desde essa altura de hipertensão arterial crónica e nunca mais poderá ter uma vida normal.

O caso está agora a seguir os trâmites legais. No entanto nenhum dos órgãos de comunicação social que o lesou se lhe dirigiu, antes ou depois da conclusão do processo. A verdade não deveria ter sido reposta?! Lesa-se deste modo a vida das pessoas para sempre e fica-se impune?! A justiça tem de actuar para que casos destes não voltem a suceder.

Se assim desejarem enviem as vossas opiniões ou ideias, porque isso ajuda, para
charlesjrm@hotmail.com, porque todos os que lesaram esta pessoa continuam de "cabeça erguida".

Enviem este e-mail a todas as pessoas que puderem p. f.

Sem comentários: