Tens palavras mansas
Na tua voz insinuante.
Usas a maneira esquiva
Dos que fingem
E fingindo abafam
O ar que nos rodeia.
Usas a palavra fácil
Que adormece e inebria.
Tens sorrisos enigmáticos
Que abatem a alegria
E a subjugam.
Vestes a roupa vistosa
Dos fariseus de hoje.
Tu és o exterior
Do vazio, da tumba
Que escurece a noite.
Em ti não existe
A criança que é o homem.
Calaste o gesto infantil
Da esperança que há em nós.
És o censor gratuito
Que corta a criação.
Na tua casa de fachadas
Luminosas e grandiosas
Eu não posso coabitar.
Prefiro as valas comuns
Onde ontem hoje e sempre
Flores e frutos desabrocham.
terça-feira, maio 09, 2006
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário