quinta-feira, maio 25, 2006

Mas o que é que se passa no meu Timor?

E Timor-Leste lá continua a ser notícia. Pelas piores razões. Já não por causa de um conflito provocado por uma invasão externa, com os resultados que se viram, mas “tão-somente” porque no Timor, já livre, a liberdade veio afinal transformada em luta fratricida.

Não consigo compreender. Parece que as dores, o sofrimento, mortes do passado já foram apagadas na memória colectiva de um povo que continua, afinal, mártir. Nem que seja de si próprio.

E, aqui, quer-me parecer que é capaz de haver ainda alguém sem perceber muito bem o que é que significa ser e viver, hoje, em Timor. Desde a classe política à sociedade civil, destacando desde já a própria Igreja Católica. Como afirma Eduardo Dâmaso, em Editorial, no Diário de Notícias, de hoje, “Só com o que cada uma destas e de outras personagens pode fazer pelo seu próprio país Timor conseguirá sair da actual situação. Se isso não acontecer regressarão certamente os anos de chumbo. Desta vez, sem invasor, mas abrindo caminho a uma guerra sanguinária entre irmãos. Não foi para isto que tantos lutaram, durante tanto tempo, vencendo tantas trevas e com tanto sangue derramado”.

3 comentários:

Politikus disse...

enquanto existirem ditadores no terceiro mundo. Existirá muitas Angolas e muitos Timores...

Paulo Cunha Porto disse...

Meu Caro Zé Maria:
calcule que foram precisos estes tristes acontecimentos para que eu realizasse que havia tantas e tão pronunciadas divisões étnicas entre os pobres timorenses. Tresanda a artificialidade exploradora para inconfessados proveitos de pequenos grupos.
Mas o meu Querido Amigo melhor dirá.
Abraço.

Zé Maria disse...

Meu caro Polittikus:
De facto, enquanto "eles" existirem, muita coisa há-de "matar" a nossa pobre humanidade.
Um abraço amigo

Meu caro Paulo Cunha Porto:
Na verdade, o que eu conheci (já por 2 vezes pessoalmente) foi um povo e uma terra que me soube acolher como se dele próprio se tratasse.
Mas também, ao longo de todo este tempo me fui apercebendo de algumas "areias" (para não dizer outra coisa) neste estado de coisas.
E, para já, parece-me que começa a ser o PM, Mari Alkatiri, o primeiro a não perceber muito bem a realidade (o povo e a terra) que o rodeia.
Mas também nos devemos lembrar a posição da própria Igreja Católica que me parece que tenta marcar a sua influência numa área geográfica dominada sobretudo pelo Islão.
Havemos de voltar ao assunto.
Um abraço amigo