A rua estava deserta.
Caíam alguns pingos de água,
Originando uma cortina de fumo
Que se interpunha entre os meus olhos
E o que queria recordar.
Ao longe, uns faróis passavam, velozes,
Levando no seu interior
O calor de dois que se fundiam.
Neste passeio, branco e frio,
Dois vultos levando entre si
A desilusão que os cobria.
Um olhar triste passou,
Acordando em nós, momentaneamente,
Aquela vida que tivéramos
E que, lá longe, ainda nos aguarda.
Olhar triste, olhar quente.
Nesta rua, deserta e obscura,
Onde os pés nos levam, nos puxam,
Para o que não desejamos
– Mas que aguentamos –
Vejo-te à minha frente.
E mais uns pingos caem na calçada.
sábado, dezembro 08, 2007
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