«(…) O presidente da Universidade de Columbia, apostado em dar uma lição prática sobre os benefícios da liberdade de expressão, resolveu convidar o Presidente do Irão, Ahmadinejad, de visita à Assembleia-Geral da ONU, para discursar na sua Universidade. Porém, convite feito e aceite, sentado o convidado frente à plateia, o ilustre Lee Bollinger resolveu entrar para a história com esta frase de boas-vindas:
- "Vamos ser claros desde o princípio, senhor Presidente: o senhor tem todos os sinais de um ditador mesquinho e cruel, de uma espantosa ignorância".
Só um americano é que seria capaz de tamanha grosseria e falta de educação. As pessoas normais ou não convidam para casa aqueles que desprezam ou, se o fazem, não é para os insultar. Mas o sr. Bollinger transformou o pretexto da liberdade de expressão numa ocasião para o insulto fácil e de costas quentes. Certamente que não se atreveria a dizer a mesma coisa se estivesse no Irão e certamente que também não diria o mesmo a alguém ainda mais espantosamente ignorante, como é o Presidente dos Estados Unidos. A ignorância da gente de Bush tem sido, aliás, a maior fonte de perturbação global dos últimos anos. Resta esperar que o tempo passe depressa e que a lição tenha sido aprendida.»
Miguel Sousa Tavares
Expresso, “Coisas de espantar”, 2.10.2007
- "Vamos ser claros desde o princípio, senhor Presidente: o senhor tem todos os sinais de um ditador mesquinho e cruel, de uma espantosa ignorância".
Só um americano é que seria capaz de tamanha grosseria e falta de educação. As pessoas normais ou não convidam para casa aqueles que desprezam ou, se o fazem, não é para os insultar. Mas o sr. Bollinger transformou o pretexto da liberdade de expressão numa ocasião para o insulto fácil e de costas quentes. Certamente que não se atreveria a dizer a mesma coisa se estivesse no Irão e certamente que também não diria o mesmo a alguém ainda mais espantosamente ignorante, como é o Presidente dos Estados Unidos. A ignorância da gente de Bush tem sido, aliás, a maior fonte de perturbação global dos últimos anos. Resta esperar que o tempo passe depressa e que a lição tenha sido aprendida.»
Miguel Sousa Tavares
Expresso, “Coisas de espantar”, 2.10.2007
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