«A história recente do BCP merece já uma nota nos manuais de gestão de imagem e comunicação. Um banco, que foi dado como um exemplo de excelência da dinâmica privada da economia portuguesa na década de 90 e no período de adesão à Europa, tornou-se ele próprio uma caricatura da instituição responsável e de referência que sempre aparentou ser. Aqui, aplica-se o mesmo princípio que à mulher de César: o episódio do perdão de 15 milhões de euros a cinco empresas onde o filho do presidente do banco era sócio pode ter muitas leituras e explicações, mas falha no essencial: a credibilidade.
É verdade que a questão diz, à primeira vista, apenas respeito aos accionistas, que aliás já começaram a marcar pontos e a contar espingardas. Contudo, é toda uma imagem de sucesso e excelência do empresariado português que é manchada. E isso custa largamente mais que uns quantos milhões perdidos em Bolsa. Depois de uma operação falhada para comprar o BPI, depois de uma luta interna fratricida onde as rivalidades, vaidades e ambições pessoais se sobrepuseram ao ideal de organização e eficácia, o maior banco privado português mergulha num episódio que embaraça. Jardim Gonçalves não merecia um epílogo assim. Um “case study”, sem dúvida, pelos piores motivos, entenda-se. (…)»
Pedro Pinto
Metro, 16.10.2007
É verdade que a questão diz, à primeira vista, apenas respeito aos accionistas, que aliás já começaram a marcar pontos e a contar espingardas. Contudo, é toda uma imagem de sucesso e excelência do empresariado português que é manchada. E isso custa largamente mais que uns quantos milhões perdidos em Bolsa. Depois de uma operação falhada para comprar o BPI, depois de uma luta interna fratricida onde as rivalidades, vaidades e ambições pessoais se sobrepuseram ao ideal de organização e eficácia, o maior banco privado português mergulha num episódio que embaraça. Jardim Gonçalves não merecia um epílogo assim. Um “case study”, sem dúvida, pelos piores motivos, entenda-se. (…)»
Pedro Pinto
Metro, 16.10.2007
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