O tempo está tão cheio de poeira
Que nos leva a baixar a cabeça
Como se desce o sentimento.
Abrem-se à nossa frente janelas
Franqueadas em gestos largos e manchados
Pela humidade que nos medra nos olhos.
A nossa casa tem sido quase sempre
A sensação de querer mais e poder menos
O desejo de ansiar e a vontade de ousar.
E porque apenas conhecemos o que está perto
Descuramos com a indiferença dos fracos
Os longes que se desejam aqui bem perto.
É verdade que não somos capazes de olhar
E o ver está tão afastado de nós
Como do fariseu a compaixão se perdeu.
O tempo está tão cheio de poeira
Como enevoado se descobre, afinal,
A minha distância para a vida.
quarta-feira, janeiro 16, 2008
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