“A questão da rede nacional de urgências é bem mais sensível. Como é possível convencer as pessoas a prescindirem de um serviço de primeira necessidade, em função da sua transferência para algures, a algumas dezenas de quilómetros, com o argumento de que assim serão beneficiados mais alguns milhares de portugueses? Na solidão de um gabinete de trabalho, com o mapa de Portugal à frente, a medida pode fazer todo o sentido, mas não se espere que o Portugal moderno, bem mais exigente e consciente dos seus direitos individuais e colectivos, reaja com indiferença. Porquê nós, os sacrificados?, perguntarão muitos. Não se percebe, por sinal, porque foi divulgado um plano que ainda está longe da sua versão conclusiva. Numa conjuntura de descontentamentos variados - mais ou menos aceitáveis -, o resultado não poderia ser muito diferente do que se está a assistir.”
Mário Bettencourt Resendes
Diário de Notícias, “Os governos tremem nas pontes”, 22.02.2007
quinta-feira, fevereiro 22, 2007
“A História deveria ser um livro aberto de inspiração para os governantes”
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