São tempos confusos, os que vivemos nos dias de hoje. Parece que andam todos, se não loucos, pelo menos atarantados, aparvalhados e espantalhados.
Anda tudo a correr de um lado para o outro, em procuras frenéticas de caminhos que não se descobrem, de rumos que se esvaem em brumas sombrias e temidas.
Não sei o que nos deu. Mas de repente demos por nós a olhar horizontes desconhecidos e longínquos. A temer, quase, futuros sem futuro. É o que parece, pelo menos. Ou o que queremos parecer. Ou o que nos querem fazer parecer.
De repente, demos por nós a discutir passados indesejados e desejados passados, com o calor da nossa subjectividade e da nossa perturbação. Fomos, até, capazes de acusar tudo o que não correspondia à nossa maneira de ver as coisas. E, muitas vezes, das coisas, apenas sabíamos o pouco da nossa ignorância.
De repente, demos por nós a olhar e temer futuros indesejados. Chegamos até a prever tempestades capazes de alagar as nossas seguranças. Sobretudo as nossas comodidades e as nossas certezas.
Afinal, damos por nós a olhar para nós próprios. Mas nem sequer somos capazes de nos olharmos olhos nos olhos. Se calhar, porque já cegos, surdos e mudos.
No fundo, isto tudo ao tentar compreender o que se passa com a candidatura de Manuel Maria Carrilho à Câmara de Lisboa.
Será que o PS - os responsáveis, concelhios, distritais, nacionais - percebe alguma coisa do que está a acontecer? Se não percebe, muito mal vamos nós; se percebe, muito pior estaremos. Será que o candidato, de repente, teve dúvidas?
Por mim, fico à espera. Só que os eleitores de Lisboa, de certeza que não esperam. Nem têm que esperar tanta pantomina (para não dizer outra coisa). A bem de Lisboa. Pelo menos.
quarta-feira, junho 29, 2005
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