segunda-feira, dezembro 14, 2009
domingo, setembro 13, 2009
Tempo de viagem - Estação
São as estações que se sucedem no tempo que dura a própria viagem. Maiores ou mais pequenas, metropolitanas ou apeadeiros, elas servem, as mais das vezes, para podermos olhar o caminho de outra forma. Ou, até, e não poucas vezes, para que a monotonia não se instale nas carruagens que transportamos.
Há algum tempo que este meu é o tempo da Estação.
Mas será bom dizer que, sendo tempo de Estação, não está a ser tempo de paragem. Apenas tempo de mudança de algumas agulhas apenas. Agulhas de desafios e aventuras novas que por vezes devemos arriscar. Mesmo que depois, quando a viagem se tornar recomeço, apenas saibamos que continuamos os mesmos, no mesmo caminho. Porque o que importa é quem viaja, não a viagem em si.
Na Estação estamos, portanto. E por enquanto vamos continuar.
E estou certo que as e os amigos que neste meu Tempo têm tido a paciência de me aturarem, saberão pelo menos compreender esta minha necessidade de tempo de Estação. Até porque, como diz o meu irmão Nelo, sendo quem sou, quando se reiniciar esta viagem, será o mesmo aquele que aqui estará de novo a tentar descobrir-se.
domingo, junho 14, 2009
quinta-feira, junho 11, 2009
Procissão
As tubas
Marcam a cadência.
O Santo avança
Com a calma segura
Da madeira que o reveste.
À sua frente em filas ordenadas
Respeitáveis membros da Ordem
Pouco ordenam
Na multidão que se agita
E abafa a passagem.
Sob o pálio aberto em pregas
O Pregador junta as mãos
Em prece de inspiração.
E enquanto as opas se mostram
Solenes, distintas e orgulhosas
O acólito incensa sem cessar.
Graves, roucas e profundas
As tubas
Marcam o ritmo.
E atrás do pálio aberto em pregas
O povo avança lentamente
Na lentidão do percurso santificado.
E na Igreja aberta em flores mil
Os bancos esperam em silêncio
As vozes cantadas dos cânticos
Que desfilam incansáveis
Nos ouvidos insensíves já do cansaço.
quarta-feira, junho 10, 2009
terça-feira, junho 09, 2009
Pensamentos subversivos (LXXXII)
Como tudo na vida, as minhas vitórias são momentos que significam apenas que consegui superar-me a mim próprio. Porque o respeito que têm de merecer os outros, adversários e parceiros de contenda, faz com que as vitórias e as derrotas sejam apenas momentos naturais no normal curso da vida. Sem mais.
E não perceber isto, significa não perceber a nossa presença nesta casa comum que é, afinal e tão-somente, a nossa própria humanidade.
segunda-feira, junho 08, 2009
sábado, junho 06, 2009
Outras palavras
É fácil transformar as paredes de Lisboa
em vidros translúcidos
Basta percorrer com veias internas
as vozes dos rostos nos passeios
ou tocar ao de leve os rastos dos olhares
com um coração sem forma
Eduardo dos Santos Nacimento
“Pedaços do meu Tempo”
(VI Prémio de Poesia Cidade de Ourense, 1985)
segunda-feira, junho 01, 2009
Enfim, cá estamos outra vez
Pois é, lá voltámos aos dias que, afinal, não deixam [não deixaram] de ser os nossos dias. Quer queiramos ou não. Porque os nossos dias, os tempos que temos para viver, são mesmo estes.
Mas, e que me perdoem os ditos mesmos de sempre, lá que já tenho saudades da paragem, lá isso tenho...
quarta-feira, maio 20, 2009
“Anjos e Demónios”
Ciência e Religião. Religião e Ciência. Iluminadamente, hoje, como ontem, os mesmos grãos a engasgarem uma relação que apenas deveria ser. É que, se calhar, há mesmo dons que não chegam a todos. E isso não é, seguramente, nenhum drama...
segunda-feira, maio 18, 2009
Outras palavras
Pedir assim com as mãos famintas
no orgulho dos outros
nas atitudes frias, calculadas dos outros
Mendigar um rosário de olhos cegos
para a dor
Como é difícil navegar nestas águas
Beber este pó de casas vazias
Como túmulos sem cadáveres
Onde estão as pessoas vivas deste planeta?
Eduardo dos Santos Nacimento
“Pedaços do meu Tempo”
(VI Prémio de Poesia Cidade de Ourense, 1985)
domingo, maio 17, 2009
sexta-feira, maio 15, 2009
Visita interiorem terrae... [A Caverna]
Onde me sento, sentido
Onde espero, desejando a espera
E sentindo no fundo do que sou
A marca do tempo
O sinal, o rasto que ficou
A sombra que vislumbro
Na parede da vida
Aqui
Onde me encontro, ainda
Desencontrado as mais das vezes
E encontrado quase sempre
Mesmo se perdido ou ausente
Me vou descobrindo e revelando
Mesmo que não queira ou não possa
Mesmo que escondido até de mim
Aqui
Onde o meu ser se descobre
E o meu sentir se manifesta
Aqui
Me vou conhecendo
Homem finito e imperfeito
Num infinito que só o tempo
Nos ensina e revela
Aqui
Eu e o meu tempo
Eu e o tempo que não é meu
quarta-feira, maio 13, 2009
Solemnia Verba
Caminhos vãos andámos! Considera
Agora, desta altura, fria e austera,
Os ermos que regaram nossos prantos...
Pó e cinzas, onde houve flor e encantos!
E a noite, onde foi luz a Primavera!
Olha a teus pés o mundo e desespera,
Semeador de sombras e quebrantos!
Porém o coração, feito valente
Na escola da tortura repetida,
E no uso do pensar tornado crente,
Respondeu: Desta altura vejo o Amor!
Viver não foi em vão, se isto é vida,
Nem foi demais o desengano e a dor.
Antero de Quental, in "Sonetos"
Encontrado aqui
segunda-feira, maio 11, 2009
Pensamentos subversivos (LXXXI)
Mas também, e também nem sei lá muito bem porquê, cada vez me vou convencendo mais que, afinal, estes tempos são mesmo os meus [nossos] tempos. Os tempos que temos para arriscarmos viver com todas as nossas forças.
Porque quer queiramos, quer não, no fundo, no fundo, os tempos de hoje são mesmo os nossos tempos.
domingo, maio 10, 2009
Porque hoje é Domingo
Como se pode ter de Deus uma imagem que não resiste à comparação com a boa gente que vamos conhecendo ao longo da vida?
Que Deus é esse que não é preferível ao melhor dos nossos amigos?”
José Luis Cortés
Um Deus chamado Abba
Estrela Polar, 2006
sábado, maio 09, 2009
quinta-feira, maio 07, 2009
Flor-de-Maio
Marés lúdicas de sonhos
Banhados pela utopia.
Época de esperança.
Inconformismo.
Tempo de vida
Tempo de partida.
E da viagem perdida
Meses de poesia.
Flor-de-Maio.
(O Jardim – IX)
terça-feira, maio 05, 2009
Em nome de algo
Apenas conseguimos a mentira abjecta.
Em nome de sinais cruzados de madeiros abertos
Apenas provocámos a noite das cruzes mortíferas.
Em nome de obediências cegas e forçadas
Apenas pudemos os fogos proclamados purificadores.
Em nome de tolerâncias mais ou menos impostas
Apenas descobrimos intolerâncias ditas tolerantes
segunda-feira, maio 04, 2009
Vasco Granja
Imagem daqui
domingo, maio 03, 2009
sexta-feira, maio 01, 2009
terça-feira, abril 28, 2009
domingo, abril 26, 2009
Olhares [quase] proféticos
Diz a voz profética
Dos que se sentem inquietos
E na sua inquietação
Apreendem que não podem ignorar
E na sua profecia
Descobrem-se libertos de cadeias
É preciso ver e escutar
Também hoje a voz ecoa
Aqui à nossa volta, aqui agora
E na nossa cegueira
Apenas constatamos que não vemos
E na nossa surdez
Apenas descobrimos o calar
E na nossa ignorância
Apenas conseguimos o vazio
É preciso ver e escutar
Também hoje e aqui
Voltamos a sonhar, acordados.
E apesar de nós próprios
De novo nos descobrimos.
sábado, abril 25, 2009
25 de Abril
quarta-feira, abril 22, 2009
terça-feira, abril 21, 2009
segunda-feira, abril 20, 2009
Trova da terra dos homens
Tenho nos olhos o sabor do tempo
Sei da minha gente o querer sem saber
E conheço da minha árvore a vontade de ser
Sei dos meus caminhos o destino aberto
E dos meus passos o cansaço do percurso
Venho da terra dos homens
Tenho nas mãos a simplicidade do gesto
Descubro nas nossas casas janelas rasgadas
E portas livres que sabem a entrada
Descubro nas nossas praças gente que sonha
E deseja novos dias em tempos de futuro
Venho da terra dos homens
Tenho nos pés a poeira do caminho
Procuro no meio da gente que vislumbro
O âmago da vida que ainda aspiramos
Procuro no mais fundo de nós próprios
A razão e o sentido do tempo que nos espera
Venho da terra dos homens
Sonho a terra que um dia nos doaram
domingo, abril 19, 2009
sábado, abril 18, 2009
Não sei porque te quero
Nem sei porque não sei
Porque te quero.
Apenas sei que te quero
E que sei que ao querer-te
Não sei se te quero mesmo
Ou se te quero
Mesmo que não saiba
Porque te quero.
Mas sei que te quero.
Apenas.
sexta-feira, abril 17, 2009
Cantiga de Amigo
Que te anseio tanto e tão breve?
O tempo sem ti é como água
Que de rio se torna mar revolto.
Onde estás meu amigo
Que te espero pronta e desperta?
O tempo sem ti é como vento
Que veloz se transforma em tormenta.
Onde estás meu amigo
Que te quero tanto e tanto?
O tempo contigo é mar sereno
É brisa refrescante
É tempo de querer-te ansiando.
(Teorema, Dezembro 2003)
quinta-feira, abril 16, 2009
O meu canto
Que na manhã encanta
E na tarde quase espanta.
Tem palavras soltas o meu canto
E frases que conhecem o silêncio.
Porque libertas, apenas sabem o partir.
O meu canto surge de súbito
No momento breve que fica no tempo.
E de repente apenas sabemos o cantar.
segunda-feira, abril 13, 2009
Para começar bem a semana...
Se você está bem, não há nada com que se preocupar. Se você está doente, há duas coisas com que se preocupar. Se você vai se curar ou se vai morrer.
Se você vai se curar, não hánada com que se preocupar. Se você vai morrer, há duas coisas com que se preocupar. Se você vai para o céu ou se vai para o inferno.
Se você vai para o céu, não há nada com que se preocupar. Agora se você for para o inferno estará tão ocupado cumprimentando os velhos amigos que nem terá tempo de se preocupar.
Então, para que se preocupar?”
Provérbio chinês
(Envido por um amigo, por mail)
domingo, abril 12, 2009
Boa Páscoa!
Provincia russa, XVI secolo
tempera su tavola
Gallerie di Palazzo Leoni Montanari - Scheda dell'opera
Imagem daqui
sábado, abril 11, 2009
sexta-feira, abril 10, 2009
Outros olhares [do tempo]
Discesa agli Inferi
seconda metà del XIII secolo
tempera su tavola
Gallerie di Palazzo Leoni Montanari - Scheda dell'opera
Imagem daqui
quinta-feira, abril 09, 2009
Este é o tempo
O momento que se aproxima
O instante que se torna urgente
Este é o tempo
A decisão assume-se
Como se assume respirar
Este é o tempo
O passo a dar inicia-se
A meta adivinha-se ainda
Este é o tempo
O caminho fica a descoberto
A estrada revela-se intemporal
Este é o tempo
O tempo que está próximo
O tempo dos que vivem o tempo
terça-feira, abril 07, 2009
"Meditabundando"
Robert Musil, El hombre sin atributos
segunda-feira, abril 06, 2009
Contradições
Dispensávamos os perfumes
E mesmo a mesa farta
Podia ser a tábua exposta
Ao vazio das coisas
Ao vazio, afinal, de nós próprios.
Por trezentas moedas de prata
Dispensávamos os aromas
E afirmávamos a nossa bondade.
Mas por trezentas moedas de prata
Deixávamos também de ser
E perdíamo-nos na ausência.
Porque a nossa bondade
Deverá ser apenas a descoberta
Do que somos e não podemos.
domingo, abril 05, 2009
Trova do tempo inquieto
E desvendas sem tempo olhares sedentos de sabedoria
E nos teus olhos ávidos coabitam horizontes
De histórias abertas à descoberta de novos rumos
Das tuas mãos oferecidas jorram águas cristalinas
Cascatas intensas geradoras de novos mundos, novas vidas
E os teus gestos abarcam universos re-descobertos
Em tempos imemoriais de aventuras sonhadas e repartidas
Caminham estradas abertas na memória comum de nós próprios
Os teus pés que conhecem já a aridez do sangue derramado
E são caminhos e rumos e estradas os teus passos decisivos
Que transportam a nossa história ao encontro do tempo inquieto
sábado, abril 04, 2009
sexta-feira, abril 03, 2009
Evolução
E força para as usar.
Temos palavras que não calamos
E verbos capazes de calar.
Temos pedras que não sonhamos
E arte para as lançar.
Com medo nos atiramos
Ao encontro do mistério.
Gritamos a nossa raiva
Transformada em impotência.
Somos prisioneiros
Da nossa incerteza
Da nossa insegurança.
E agarramo-nos
Crispados
À noite que inventámos.
Condenámos a inquisição
Mas fomentámos
A escravidão.
Abolimos a escravatura
Mas descobrimos
A opressão.
Quisemos o fim da opressão
Mas sonhámos
O extermínio.
Ousámos um mundo novo
Mas assumimos
A marginalização.
Ontem, como hoje,
As leprosarias,
Os Santos Ofícios,
As galés,
Os guetos.
Ontem, como hoje,
A dúvida,
A insegurança,
A ignorância.
O mesmo medo!
(Teorema, Dezembro 2003)
quinta-feira, abril 02, 2009
Sei de teu olhar
O distante da minha presença.
E do teu caminho
Conheço a estrada
Onde inventamos presenças
Quase sempre de ausência.
A minha aventura
É a peregrinação prometida
Em tempos que não desvendo.
E a partida que arrisco
Torna-se na viagem permanente
Chegada prometida e alcançada.
quarta-feira, abril 01, 2009
Até qualquer dia, amigo
Há algum tempo já que apenas dele sabia que da vida já pouco sentia.
O meu amigo Zé partiu.
No meu tempo, chegou como partiu. Com a simplicidade dos que sabem que a vida é apenas tempo e oportunidade para viver. Com a simplicidade dos que conhecem o sabor da palavra amizade.
O meu amigo Zé partiu.
E no ar respiro um não sei quê que me segreda que se calhar haverá um tempo em que ainda nos vamos voltar a encontrar lá no cimo da montanha que acabamos todos um dia por subir.
terça-feira, março 31, 2009
Junco
vi nascer a criança
que plantei
Reguei
e, na minha esperança,
visualizei o carvalho
a cuja sombra
um dia
me abrigaria.
Afinal
era um bonsai
que queria ser tratado
e não podei.
Secou.
Hoje não tenho sombra.
Martin Guia
“Pedro que és Pedra”
Hugin Editores, 2003
domingo, março 29, 2009
sábado, março 28, 2009
Tempo sem tempo
Há alturas na vida que, mesmo sem querer, acabamos por deixar ficar sem palavras os ouvidos, ou os olhos, que até vão tendo a simpatia e a amizade de esperar por nós.
E porque há neste meu “tempo” outros “tempos” a que não fui capaz de em tempo comunicar, aqui fica este meu “tempo” de amizade, com a certeza e a vontade de aqui estar com mais tempo, no breve que o tempo me vai deixar.
Um Bom fim-de-semana a todos!
segunda-feira, março 23, 2009
Os meus olhos
Dos que querem ver.
E, se calhar, as mais das vezes,
Não conseguem nem sequer alcançar
O longe que importa conhecer.
Os meus olhos são os espelhos
Que desvendam o profundo em mim.
E, se calhar, a maior parte das vezes,
Apenas conseguem ser manifestação
Do teatro que até somos capazes.
Os meus olhos são as janelas
Dos espaços que preencho em mim.
E, se calhar, muitas vezes, até demais,
Mais não são que frechas abertas
Na muralha que envolve o meu templo.
domingo, março 22, 2009
sábado, março 21, 2009
Acrósticos [IV]
Ostentam na sua perene liberdade
Encontros de tempo infinito.
Sabedoria feita luz intemporal
Ilumina sem origem e sem ocaso
A vida que sonhamos em nós.
sexta-feira, março 20, 2009
Palavras que dão que pensar
Boaventura Sousa Santos
Consensos problemáticos
Visão, 12 de Março de 2009
quinta-feira, março 19, 2009
Sim[Cum]plicidades
quarta-feira, março 18, 2009
segunda-feira, março 16, 2009
Avoamentos
Levam consigo a respiração dos nossos dias
Transportam na sua voz a vontade e o desejo
De escutar sem culpa a tentação.
domingo, março 15, 2009
Testamento
faz-me uma festa,
animada, garrida,
bailada, vivida,
que comigo diga,
sem desespero,
luto ou choro,
só com o cheiro
do suor do bailar
de ti a dançar!
. . .......Eu serei a música!
Martin Guia
“Pedro que és Pedra”
Hugin Editores, 2003
sábado, março 14, 2009
Boas surpresas
Ainda bem. Porque as suas palavras são palavras de gente de bem. De gente que conhece o sabor da amizade. De gente que conhece o sabor da vida.
Ainda bem. Porque as suas palavras são palavras simples de gente que vai descobrindo a simplicidade da própria vida.
Nada mais que isto. Mas é o que mais importa. Para mim, seguramente.
Façam, pois, o favor de a visitar. Verão que vale a pena.
sexta-feira, março 13, 2009
Os meus passos
Ao sabor das coisas que não se esperam.
E o caminho torna-se assim aventura.
Os meus passos levam-me quase sempre
Ao encontro das coisas que desconheço.
E o caminho revela-se percurso desconhecido.
Os meus passos levam-me quase sempre
À descoberta das coisas que nem sempre vislumbro.
E o caminho torna-se assim viagem peregrina.
quinta-feira, março 12, 2009
Mimos e carinhos [2]
E, porque não há duas sem três, como ela mesmo disse, a amiga – e posso, estou certo, chamá-la já assim – Mariz, resolveu conceder-me a “chave de ouro da sua casa”, o Sou Pó e Luz.
Mais uma vez, sem méritos relevantes que possa mostrar, apenas posso acreditar que são os “olhos” de pessoa de bem da Mariz os únicos motivos para esta atenção.
Fico feliz. Por poder descobrir, se bem que neste mundo “virtual”, gente que vale a pena descobrir e conhecer.
Obrigado, Mariz. Cá nos vamos encontrando. É, afinal, o mais importante. Não é?
A ler
- Consensos problemáticos – Boaventura Sousa Santos – [Visão]
- Todos à Festa – Pedro Lomba – [DN]
Mimos e carinhos
Não por ser eu importante ou muito bom nestas coisas da virtualidade, mas muito mais pela sua enorme simpatia, estou certo.
Mas lá que fiquei satisfeito, lá isso fiquei. E muito honrado.
Obrigado pois a ~*Rebeca e Jota Cê *~ [Néctar da Flor].
quarta-feira, março 11, 2009
Que tempos!
E nesta bagunça toda, nem interessam os outros. Como eles, na verdade, são. Com os seus próprios ritmos. Com as suas próprias maneiras de ser. Com os seus próprios sentires.
segunda-feira, março 09, 2009
Blogagem Coletiva - "Inclusão Social"
Hoje, aqui, desse trabalho profético, deixo a alocução de Dom Helder Câmara:
“Mariama, Nossa Senhora, mãe de Cristo e Mãe dos homens!
Mariama, Mãe dos homens de todas as raças, de todas as cores, de todos os cantos da
Terra.
Pede ao teu filho que esta festa não termine aqui, a marcha final vai ser linda de viver.
Mas é importante, Mariama, que a Igreja de teu Filho não fique em palavra, não fique em aplauso.
Não basta pedir perdão pelos erros de ontem. É preciso acertar o passo de hoje sem ligar ao que disserem.
Claro que dirão, Mariama, que é política, que é subversão. É Evangelho de Cristo, Mariama.
Claro que seremos intolerados.
Mariama, Mãe querida, problema de negro acaba se ligando com todos os grande problemas humanos.
Com todos os absurdos contra a humanidade, com todas as injustiças e opressões.
Mariama, que se acabe, mas se acabe mesmo a maldita fabricação de armas. O mundo precisa fabricar é Paz. Basta de injustiça!
Basta de uns sem saber o que fazer com tanta terra e milhões sem um palmo de terra onde morar.
Basta de alguns tendo que vomitar para comer mais e 50 milhões morrendo de fome num só ano.
Basta de uns com empresas se derramando pelo mundo todo e milhões sem um canto onde ganhar o pão de cada dia.
Mariama, Senhora Nossa, Mãe querida, nem precisa ir tão longe, como no teu hino. Nem precisa que os ricos saiam de mãos vazias e o pobres de mãos cheias. Nem pobre nem rico.
Nada de escravo de hoje ser senhor de escravo de amanhã. Basta de escravos. Um mundo sem senhor e sem escravos. Um mundo de irmãos.
De irmãos não só de nome e de mentira. De irmãos de verdade, Mariama.
domingo, março 08, 2009
Cantiga de Amor
Não és a palavra
A rima o som das idéias.
Não te enchem a cabeça
Os conceitos das sensações
Nem a teoria dos actos.
Tu não és a mulher escrita
Nem papel preenchido
Que se inunda com símbolos
Mais ou menos compreensíveis.
Tu não és a mulher canção
Não és a melodia
A pauta de música a compôr.
Não te comprimem regras
De bom senso ou de harmonia
Nem te retêem em estradas
Já definidas e bem marcadas.
Tu és o poema
Tu és a palavra liberta
Que me abunda a caneta
Com que inundo este branco
Feito filho renovado em cada dia.
sábado, março 07, 2009
Não sei porquê, mas hoje apetece-me esta confidência [que fui buscar ao meu baú da memória]
Eu também acredito em Deus!
Já me falaram do Deus de Abraão
De Isaac
De Jacob
Do Deus de Jesus
Mas também do Deus de Maomé
De Buda
Dos Vedas
Eu, cá por mim,
Acredito tão-somente em Deus – o Deus
Criador do céu e da terra
E de tudo o que lá existe.
Que é muito bem capaz de ser, afinal,
O Deus de Abraão
De Isaac
De Jacob
O Deus de Jesus
Mas também o Deus de Maomé
De Buda
Dos Vedas
E também, se calhar,
Que me perdoem a liberdade,
O Deus de outros quaisquer
Adãos e Evas
Que, por acaso ou não por acaso,
Um dia tenham sido.
quinta-feira, março 05, 2009
“HAIKU” [XXXVIII]
Este meu corpo está fresco
À luz da lua.
ENOMOTO SEIFU (1732-1815)
terça-feira, março 03, 2009
segunda-feira, março 02, 2009
Modus Vivendi
Vinham sorridentes
Em alarida conversa
Mais gestos que palavras
(Será que algumas já falavam?)
Saltavam e agarravam-se
Às roupas já coçadas
E encardidas de bastas lavagens.
Corriam e fugiam uns dos outros,
Alguns ainda trôpegos da idade,
Enquanto o guarda as seguia,
Indiferente e resignado,
Pela calçada inerte
Daquela casa
Que não acolhe
Daquele asilo que não asila
Daquele espaço que não sabe
Soletrar a palavra ‘lar’.
Porquê, meu Deus?
Qual a culpa destes teus filhos?
E eu, separado delas por um vidro,
Fechado num silêncio estéril
Aguardo inquieto e adormecido
Que se iniciem outros momentos
Que de oficiais apenas revelam
A vida que julgamos perene
Sem saber que perdida já está.
domingo, março 01, 2009
Tempo de melodias
Da guitarra que abraçamos
E as notas soltam-se à deriva
E perdem-se no encanto e na magia
De um tempo que se deixa fugir
Tangem as cordas no silêncio
Das pautas que desbravamos
No interior do nosso desejo
E a canção que descobrimos
É grito no tempo que nos resta.
Tangem as cordas de desejo
Em sons que se abandonam
Ao sabor de melodias perenes
E a orquestra que re-inventamos
Torna-se vida na nossa existência
sábado, fevereiro 28, 2009
sexta-feira, fevereiro 27, 2009
Sinto falta de ti
E da tua maneira engraçada
De ver o que às vezes nem consigo.
Quando estás onde me encontro
Os meus olhos sabem perscrutar
O distante da nossa presença
E a proximidade do nosso sentir.
Sinto falta do teu escutar
E do silêncio que só tu sabes
Nos meus momentos de desabafo.
Quando ouves o meu sentir
As minhas palavras transformam-se
E permanecem serenas e parcas
Em diálogo desejado e retemperador.
Sinto falta dos teus gestos
E dos teus braços enleantes
Que me estreitam com ternura.
Quando te aproximas tranquila
E te abandonas no meu regaço
É como se o tempo se retivesse
Em momento único e intemporal.
Sinto falta de ti
E de ti sinto falta em mim.
Porque em ti me descubro
Me procuro
Me aventuro
Me questiono
E me encontro.
Sinto falta de ti.
Sinto falta de mim.
quinta-feira, fevereiro 26, 2009
Intróito
Que o sonho é uma constante
Da vida
E da morte
E que quando um homem sonha
Eles temem a sorte e a má sorte
Da vida
E da morte
Porque um homem sonha e vive
(Teorema, Dezembro 2003)
quarta-feira, fevereiro 25, 2009
Avoamentos
Se calhar até nem sei o que é o sentir.
Porque adormecido no tempo de viver
Se calhar desconheço a palavra respirar.
E caminhar nem sequer é o meu destino.
terça-feira, fevereiro 24, 2009
Provérbios
In Tomás Lourenço, Provérbios Pós-Modernos, Âncora Editora
segunda-feira, fevereiro 23, 2009
Vale a pena [obrigatório] visitar
Gostava mesmo, mas muito mesmo, que entrassem na casa da Mariz – Sou Pó e Luz – e se deixassem maravilhar com o presente que ela ali nos deixa.
Vão ver que vale a pena.
domingo, fevereiro 22, 2009
Avoamentos [de um Domingo em boa companhia]
Passamos os dias, as horas, os minutos, todos bem contados, não vão os céus lembrar-se de contabilidades inoportunas. Os nossos passos seguem-se como filas ordenadas de flamingos em busca de novas manhãs. Desejamos dos nossos amanhãs, os ontens que não conseguimos viver hoje.
E, no entanto, sabem-nos bem os momentos que passamos em amena e serena convivência com quem queremos e desejamos bem perto de nós. Os nossos tempos são, então, os tempos da descoberta do que é, na verdade, o mais importante. E isso é o que nos faz mais humanos, seres em tranquila comunhão.
Na mesa que ousamos partilhar, encontram-se apenas os sabores e os aromas que nos animam e aquecem. Porque de calor e de gosto se declamam os poemas da fraternidade e da alegria.
Na mesa que arriscamos celebrar, nós e os outros. Os outros e nós. Por mais diferentes que nos consigamos distinguir, a mesma família humana, tão-somente.
É o que importa, afinal.
sábado, fevereiro 21, 2009
“HAIKU” [XXXVII]
Para a frente e para trás
Entre a viga e a cruz.
TSUDA KIYOKO (n. 1920)
sexta-feira, fevereiro 20, 2009
quinta-feira, fevereiro 19, 2009
Escrever
As palavras surgem
No papel ainda branco
E a imagem revela-se
Em cores próprias
Ao correr da caneta
Ao sabor do imaginário
Escrever
Os sonhos e a realidade
Materializam-se
Em palavras, em frases
Em letras corridas
Na confusão apressada
Da minha própria ansiedade
Escrever
A vontade absorve-me
E liberta-me a insónia
Que me inquieta e perturba
Sem me perder e esquecer
Escrever
Porquê, para quê, para quem?
Escrever
Porque quero.
Porque gosto.
quarta-feira, fevereiro 18, 2009
terça-feira, fevereiro 17, 2009
Trova do caminho
Com os olhos abertos e atentos
De quem deseja encontrar a resposta
A solução do enigma por desvendar.
E os meus olhos não se cansam
E perscrutam bem para alem do óbvio.
Vou ao sabor da corrente
Com os braços largos e estendidos
De quem arrisca o rumo novo
A rota desconhecida e procurada.
E as minhas mãos abrem-se
E procuram o longe da distância.
Vou no rasto da luz
Com o coração a arder de ansiedade
Como anseia quem sabe o gostar
Quem busca somente o bem querer.
E os meus passos perdem-se, afinal,
No caminho ainda por descobrir.
segunda-feira, fevereiro 16, 2009
domingo, fevereiro 15, 2009
Cantiga de Amigo
Tantas palavras por dizer e calar.
Descobrimo-nos quando nos perdemos
E encontrámo-nos nos desencontros
Da vida que desejámos e ansiámos.
Olhámo-nos como se olha a espera
E quisemo-nos sempre renovados
Em perenes partidas e chegadas.
Tanto tempo sem te ver, amigo meu,
Tantas palavras por dizer e calar.
Falámos palavras de compreender
E escutámos a música partilhada
Escondida de ouvidos outros.
Eram tempos, em nós, de descoberta
Eram dias e dias sempre renovados
Eram momentos breves de estar.
Tanto tempo sem te ver, amigo meu,
Tantas palavras por dizer e calar.
Para nós o amanhã perdia-se
No ontem que partilhavamos sem perder
O hoje que vivíamos com intensidade.
Porque ousámos descobrir o tempo
Havia sempre no meio de nós
O depois do agora que desfrutávamos.
Tanto tempo sem te ver, amigo meu,
Tantas palavras por dizer e calar.
sábado, fevereiro 14, 2009
sexta-feira, fevereiro 13, 2009
Citação do dia
Dito aborígene australiano
quinta-feira, fevereiro 12, 2009
Há dias assim
Há dias em que os nossos olhos mais não enxergam que uma névoa cinzenta no cinzento farrusco da tela que julgávamos manhã e tarde para respirar.
Há dias em que a música que envolve o nosso espaço tão pouco de harmonia se reveste que mais parece rouquenhas cacofonias ferindo os nossos frágeis tímpanos.
Há dias assim. Queremos preencher o branco do papel em atitude de comunhão, se não com os outros, pelo menos connosco próprios.
Mas o que acabamos, afinal, por ser capazes de fazer é tão somente dizer isso mesmo: há dias assim, em que não conseguimos dizer nada.
E mesmo isso, sai-nos dolorosamente e como momento de expiação.
quarta-feira, fevereiro 11, 2009
Tempo interior
Seduz-me sempre
E deixo conduzir-me
Mesmo que cá dentro
A vontade adormeça
À minha volta
Envolvem-me em teias
Urdidas pela sedução
E tentam-me com mestria
Pegam em mim
E levam-me
Seguros da sua certeza
Nem sequer sei recusar
Mergulho em espaços fechados
Onde tudo e todos se descobrem
Luz e oiro
Onde tudo e todos se mostram
Claridade e brilho
Mostram-me o que quero ver
Maravilha, prazer, deleite
Não me abandonam
Nem me deixam comigo
Apenas comigo
(Muitas vezes a solidão revela...)
Levam-me em viagem
Alucinante e vertiginosa
Onde tudo
Rodopia em espirais
Que prendem os olhos
Em hipnoses adormecidas
Querem a minha palavra
A minha frase
A minha letra
Proibem o meu silêncio
E calam os meus olhos
Em danças frenéticas
Que me escondem de mim
(Muitas vezes o parar revela...)
Mas há sempre um momento
Um instante inquietante
Que nos questiona e interpela
E então descobrimo-nos
Perdidos no vazio do muito
Que julgamos à nossa volta
Mas há sempre um momento
Um tempo sempre renovado
Que nos envolve e acaricai
E nos mostra como num espelho
O ser que julgamos estranho
Mas descobrimos afinal nosso
É o momento de cada um
Feito momento colectivo
Na serenidade e na perenidade
De um tempo que não sabemos
Mas procuramos desvendar
É o momento breve de breve instante
Que revela sem descobrir
E com a tranquilidade do tempo
O ser que mesmo sem o sabermos
Habita bem dentro de nós próprios
terça-feira, fevereiro 10, 2009
segunda-feira, fevereiro 09, 2009
Salmo
Aquela com que calei
A verdade
Aquela que me impediu
De ver a injustiça
Aquela que me fez surdo
Ao ouvir os que sofrem
E não contam
Estendi-te a minha mão
Aquela com que feri
Ao falar ou ao calar
Aquela que provocou
O desconhecimento de ti
Aquela que impôs apenas
A minha vontade
Estendi-te a minha mão
Mão árida e estéril
Mão de vergonha disfarçada
Mão quase inerte
De vida por descobrir
Estendi-te a minha mão
E, afinal e apesar de tudo,
Tu a aceitaste
domingo, fevereiro 08, 2009
Nos dias que correm, vale a pena lembrar estas palavras
Roosevelt (que tirou os EUA da Grande Depressão), no primeiro discurso presidencial
Tirado daqui
Pensamentos subversivos (LXXXI)
Nestes nossos tempos, mais parece que, se calhar, os deuses andam mas é perdidos lá pelo Olimpo.
sábado, fevereiro 07, 2009
Outros olhares
Largo de Camões (Lisboa)
1964, óleo sobre tela
Col. João Abel Manta, Lisboa, Portugal
Imagem daqui
sexta-feira, fevereiro 06, 2009
Pensamentos subversivos (LXXX)
É que, não poucas vezes, os mutantes da nossa sociedade acabam quase sempre por se tornarem nos novos fundamentalistas das nossas famílias.
E a história acaba sempre por nos ensinar que não são os fundamentalismos – sejam eles quais forem – que a fazem avançar.
Cá para mim, vale muito mais um Chico, como o de Assis, do que, por exemplo, qualquer António, como o que veio lá duma terra de uma tal santa.
quinta-feira, fevereiro 05, 2009
quarta-feira, fevereiro 04, 2009
Esta minha caneta
Amiga das horas que passo
Diante de mim
É quase sempre a única ligação
À humanidade que procuro
Até que o cansaço me embale.
Esta minha caneta
Mão da minha mão
Torna-se quase sempre
E por isso mesmo
Encarnação do próprio
Sentimento que me transforma
E obriga a saber olhar as coisas
Que à vida se desejam ligadas.
Esta minha caneta
De mim cativa e de mim livre
Sabe por vezes escrever a palavra partir
E em caminhos ainda por descobrir
Mesmo se esquecidos ou abandonados
Me vai desvendando passo a passo
O escondido que espera o dia da descoberta.
terça-feira, fevereiro 03, 2009
segunda-feira, fevereiro 02, 2009
domingo, fevereiro 01, 2009
sábado, janeiro 31, 2009
De vez em quando é vital parar e "olhar"
Teresa de Calcuta
sexta-feira, janeiro 30, 2009
NO NOME DA ROSA
Quem por lá passa, o que descobre é que esta casa é um espaço onde as emoções estão sempre presentes em quantidades enormes. Para cantar, ou para chorar. Para encantar ou para desencantar – [-] se, é evidente.
Quem por lá passa, o que vê é tão-somente a naturalidade e a simplicidade de gente que sabe o que é importante. O resto, bem, o resto, ficará (não poderia ser de outra maneira) para quem não percebe que a importância das coisas está no que elas próprias são, e não na roupagem que usam.
Dizia ela a abrir, num tal dia 30 deste mês, há dois anos: “Como é que se começa nestas coisas, nem sei. Apenas sei que tenho um espaço de partilha, posso desabafar, dizer disparates e só lê quem quer.”
E a receita lá estava, no final desta primeira entrada: “Uma dica: embora exija um certo esforço, gosto de surpreender com um pequeno-almoço de scones, resulta sempre.”
Por isso, Muitos Parabéns, prima. Espero que continues a ter esta porta aberta, para que todos fiquemos a ganhar.
quinta-feira, janeiro 29, 2009
quarta-feira, janeiro 28, 2009
terça-feira, janeiro 27, 2009
Pensamentos subversivos (LXXIX)
Há palavras que mais não são, para quem as profere, que desejos, não muitas vezes assumidos com o sentimento de ser e de compreender. Apenas servem, quase sempre, para revelar o que está escondido e que não se quer revelar.
Há palavras que quando libertas e assumidas, a maior parte das vezes apenas conseguem descobrir a inquietação, a vontade de aprender, a dúvida enquanto procura e pesquisa. São as palavras que as mais das vezes são esquecidas nas nossas praças, nos nossos fóruns, nas nossas casas, até.
E há palavras que, quase sempre, apenas servem para serem sentidas. Para nossa serena descoberta do que é importante.
domingo, janeiro 25, 2009
sábado, janeiro 24, 2009
Avoamentos
Quando a história que procuramos construir só serve para vestir as nossas paixões [as paixões que nos levam ao abismo, apenas estas] o que podemos esperar do tempo da história é, se calhar, tão somente, a história que fatalmente não terá memória no decorrer do tempo.
Há tempos, na verdade, que normalmente mais parecem os tempos da memória esquecida de purgatórios purificadores de infernos construídos pelas nossas próprias aventuras.
Se calhar, estes são os nossos tempos
Se calhar, vale a pena sabermos olhar os nossos tempos com os olhos serenos do próprio tempo.
quinta-feira, janeiro 22, 2009
“Ateu, Graças a Deus”
E, curiosamente, nem sei lá muito bem porquê, nem a que título, ali, naquele espaço dito de paz e serenidade, me lembrei do meu grande e velho amigo Vasconcelos. Grande e velho como grande e velho é, afinal, o tempo.
Dizia-me ele, há uns tempos que nem sou capaz já de precisar, que de vez em quando, quando um azar lhe batia à porta, as suas palavras eram quase sempre: ‘bolas, que grande azar: se Deus quiser esta treta há-de passar!’ E olhava-me sorridente e matreiro, seguro da sua arreigada crença ateia. É que, dizia-me, ‘deixa-me lá ir dizendo isto, porque neste caso, de um Deus que eu não creio exitir, nunca se sabe como vai acabar. É que, se, por um furtuito acaso, Ele existir, então deverá lembrar-se que eu também já o lembrava...’
“Prémio Dardos”
Sei que o merecimento estará apenas na simpatia e bondade com que vai olhando e entrando cá em casa.
Mas a vida é isto mesmo: surpresa e dádivas que nos vão surgindo, as mais das vezes sem delas termos sonhado.
Por isso, aqui venho com toda a amizade dizer ao caríssimo DAN que estou contente. E agradecido pela prenda que me quis dar. Porque, tenho a certeza, o seu coração é bem grande. Talvez do tamanho de um planeta que eu aprendi a gostar: o Planeta do Principezinho.
O premiado deve:
* exibir a imagem do selo em seu blog
* linkar o blog que o indicou
* escolher outros 15 blogs a quem entregar o Prêmio Dardos
* avisar os blogueiros escolhidos.
Pela minha parte, deixo aqui os blogues que mais visito e que gosto de visitar. Existem muitos mais, estou certo, mas para já, ficam aqui estes: