domingo, setembro 30, 2007
Provérbios
In Tomás Lourenço, Provérbios Pós-Modernos, Âncora Editora
Não há dúvida, que é bem verdade
Mário Soares, ex-Presidente da República
Diário Digital, 30.09.2007
sábado, setembro 29, 2007
sexta-feira, setembro 28, 2007
Uma questão de princípios [de valores, de ética, de…] (2)
Deixo aqui um pequeno excerto:
«A questão é que poucos políticos fariam igual a Santana Lopes. Todos ficariam tão aborrecidos quanto ele, mas a esmagadora maioria calar-se-ia ou talvez que um ou outro resmungasse qualquer coisa antes de continuar a debitar as suas opiniões com receio de não voltar a receber outro convite para tão importante tribuna de debate.»
Leia o texto completo aqui.
quinta-feira, setembro 27, 2007
Quem servem estes ‘senhores da morte’?
Ontem estive com um amigo meu, membro da comunidade judaica em Lisboa, que me dizia que, “no fundo, no fundo, o que importa é perceber que se lhes dermos a importância que não merecem, são apenas eles que ficam a ganhar. É isso que eles querem.”
Independentemente das respostas que importa dar nestes casos, se calhar o meu amigo acabará por ter completamente razão.
Como disse um dia Pierre Beaumarchais, “Quando se cede ao medo do mal, já se nota o mal do medo.” É bem verdade.
Uma questão de princípios [de valores, de ética, de…]
“O Fim da Amizade”
Pedro Lomba
Diário de Notícias, 27.09.2007
Valha-nos Santa Paciência
Pedro Santana Lopes
In Público, 27.09.2007
quarta-feira, setembro 26, 2007
Democracia [bem] musculada
Lendo os outros
Provérbios
Provérbio árabe
terça-feira, setembro 25, 2007
Há coisas que nos acontecem
Porque o nosso caminho é sempre a via que desejamos aberta e livre
Apenas sabemos ver a planura da distância e a clareza do destino.
Há coisas que nos acontecem que nem sempre descobrimos como parte de nós.
À nossa volta nunca nos apercebemos que o ar que respiramos e absorvemos
É o mesmo tónico que anima e vivifica tudo o que gerado nos foi presente.
Há coisas que nos acontecem que nem sempre sabemos compreender.
Porque quase sempre o que se torna visível é o que deve ficar escondido
Apenas apreendemos o outro lado das coisas, o além do percebível.
Pensamentos subversivos (XLI)
segunda-feira, setembro 24, 2007
Coisas da vida
Mas depois de ler o que diz Ferreira Fernandes, no seu artigo de hoje, “Elogio (moderado) à ASAE”, no Diário de Notícias, lá que fico a pensar seriamente no que já chamei à ASAE, lá isso fico.
domingo, setembro 23, 2007
sábado, setembro 22, 2007
"Meditabundando"
O poeta não é um «pequeno deus». Não, não é um «pequeno deus». Não está marcado por um destino cabalístico superior ao de quem exerce outros misteres e ofícios. Exprimi amiúde que o melhor poeta é o homem que nos entrega o pão de cada dia: o padeiro mais próximo, que não se julga deus. Cumpre a sua majestosa e humilde tarefa de amassar, levar ao forno, dourar e entregar o pão de cada dia, com uma obrigação comunitária. E se o poeta chega a atingir essa simples consciência, a simples consciência também se pode converter em parte de uma artesania colossal, de uma construção simples ou complicada, que é a construção da sociedade, a transformação das condições que rodeiam o homem, a entrega da mercadoria: pão, verdade, vinho, sonhos.
Se o poeta se incorpora nessa nunca consumida luta para cada um confiar nas mãos dos outros a sua ração de compromisso, a sua dedicação e a sua ternura pelo trabalho comum de cada dia e de todos os homens, participa no suor, no pão, no vinho, no sonho de toda a humanidade. Só por esse caminho inalienável de sermos homens comuns conseguiremos restituir à poesia o vasto espaço que lhe vão abrindo em cada época, que lhe vamos abrindo em cada época nós próprios.»
Pablo Neruda, in 'Nasci para Nascer' (Discurso na entrega do Prémio Nobel)
Citação daqui
sexta-feira, setembro 21, 2007
Provérbios
In Tomás Lourenço, Provérbios Pós-Modernos, Âncora Editora
quinta-feira, setembro 20, 2007
Cantiga de mal dizer
E nos lábios o sorriso dos matreiros
Nos gestos maneiros escondem-se esconsos
Sentimentos de quem apenas conhece o engano
No andar compassado, suave e de mansinho
Apercebem-se vontades recalcadas de vilanagem
As mãos movimentam-se macias e fingidas
E fecham-se em gestos estéreis e cínicos
Não usa a palavra clara e larga dos simples
Mas declina o verbo furtivo que inibe a verdade
Dele não se dirá o erro, o pecado, a falta da lei
Nem se verá o sentimento, a paixão, o coração
Porque da vida apenas conhece a porta cerrada
Desconhece o distante aberto em plenitude
Parco da lonjura das coisas da própria existência
Mostra, afinal, a aridez do humano que já não sabe
quarta-feira, setembro 19, 2007
terça-feira, setembro 18, 2007
“Estão os magistrados de boa fé?”
Esta notícia foi desmentida, mas outras ficaram a remoer na cabeça de cada um. E, quando tantas notícias - praticamente o Expresso foi a excepção - dão conta dos mesmos factos, há que perguntar: onde estão e quem são os autores de tal proeza?
As únicas caras visíveis são de magistrados e de investigadores policiais. Não será, portanto, abusivo pensar que anda por esses lados a origem de tais notícias.
Assim, sabendo os interesses de quem dá as notícias, poderemos mais facilmente entender o porquê dessas notícias. E a resposta pode ser: porque o novo CPP atrapalha a tradicional modorra e lentidão da Justiça. (…)»
Henrique Monteiro
Expresso (on-line), 17.09.2007
Desabafos desabafados
No meio de tudo isto, desculpem lá o desabafo: em que “olimpos”, “Asgards” ou “edens” andarão os deuses e as deusas, que se esqueceram da minha cunhada L.? Já não bastava o que se tinha partido há cerca de duas semanas, e logo ontem, em tempo ainda de internamento hospitalar, tinha de conquistar mais uma fractura, só que agora, na outra perna?
Citação do dia
Lao-Tsé
China Antiga, [-570--490], Sábio
Imagem daqui
segunda-feira, setembro 17, 2007
Para memória futura
"Chorávamos pelos que se iam embora e até por nós. Eu via passar os anos, via morrer os meus companheiros. Tive momentos em que chorei, às escondidas do meu pai. Mas é natural que se chore.” (…)»
Diário de Notícias, 17.09.2007
Momentos íntimos
De que a sorte mais não é que má-sorte
Acabamos fatalmente por descobrir
Que ainda pode mais a má-sorte
Que a sorte do acaso da própria vida.
sábado, setembro 15, 2007
sexta-feira, setembro 14, 2007
54 já cá cantam!
Que mais pode uma pessoa querer?
quinta-feira, setembro 13, 2007
Pensamentos subversivos (XL)
E porque não pegar nele e ler?
Giordano Bruno
Tinta da China
Janeiro 2007
Giordano Bruno (Noya, reino de Nápoles, 1548-Roma, 1600), segundo o Vidas Lusófonas, “Filósofo italiano. Frade dominicano na sua juventude, leva uma vida errante (Paris, Milão, Inglaterra, Praga, Roma…). Pensador de opiniões audazes e independentes, é sucessivamente protegido e perseguido. Conhecedor da teoria heliocêntrica de Copérnico, defende a infinidade do universo. Propugna uma lógica que nada tem que ver com a de Aristóteles e que fundamenta as suas raízes em Ramón Llull. À astronomia de Ptolomeu prefere a de Copérnico. À física de Aristóteles, ao seu mundo finito, ao seu céu incorruptível, opõe a ideia de um mundo infinito, objecto de uma evolução universal e eterna. À religião cristã opunha a religião da natureza. Nas religiões não vê senão superstições e símbolos. Também não acredita na astrologia nem na magia.
Em 1592 comete o erro de regressar a Itália, onde é preso pela Inquisição. Herege convicto, é intimado a retractar-se das suas ideias sob pena de morte. Ao recusar, é excomungado e expulso do seio da Igreja. Dá-se-lhe então um prazo de oito dias para confessar o seu erro. Não o faz, pelo que morre na fogueira como apóstata, herege e violador dos seus votos religiosos.”
Rui Tavares [introdução, tradução e notas], inicia a sua introdução a esta obra assim: “Violentas discordâncias opunham as igrejas cristãs no fim do século XVI: a existência do purgatório, a presença do corpo de Cristo no pão eucarístico, o estatuto da Virgem Maria, o uso de imagens nos locais de culto, o matrimónio dos sacerdotes, e muitas outras ainda, que matavam gente e faziam guerras. Numa coisa pelo menos estavam todas de acordo, e era que Giordano Bruno não tinha lugar em nenhuma delas.” (Pg. 11)
Para Giordano Bruno, “com efeito, a Magia assemelha-se à Geometria pelas figuras e pelos símbolos; à Música pelo encantamento; à Aritmética pelos números e cálculos; à Astronomia pelos períodos e movimentos; à Óptica pelos fascínios do olhar; e, universalmente, a todas as espécies de Matemática pelo que tem de intermediária entre a operação divina e natural.” (Pgs. 38 e 39)
Imagem daqui
quarta-feira, setembro 12, 2007
Uma voz a escutar com atenção
Sol, 12.09.2007
Será que percebi bem?...
[Sobre a visita de Dalai Lama a Portugal]
Sol, 12.09.2007
terça-feira, setembro 11, 2007
Hoje também me apeteceu falar sobre o caso Maddie McCann
Ontem estive a ver o programa Prós e Contras, na RTP1. E francamente, gostei. É que abordar este caso [como qualquer outro, aliás] desta forma, vale a pena.
Dele, gostaria de realçar alguns pontos que lá foram abordados:
1 – O grande “ponto-de-situação” que Henrique Monteiro [Director do Expresso] começou por colocar: Mas afinal, o que é que nós todos sabemos sobre este caso? Para além de que uma criança desapareceu e que três pessoas são arguidas?
2 – A questão levantada por José Miguel Júdice: o alarido, a excitação, o barulho e a histeria levantados sobre este caso, primeiro com grande emoção de apoio, de carinho para com o casal, e agora com grande emoção de acusação sobre o mesmo casal. De repente, de santos, os McCann transformam-se em demónios? Sabendo que, afinal, todos temos o direito à presunção de inocência.
3 – A excelente prestação (até pela pedagogia praticada) de Carlos Anjos [Presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal], que pôs o dedo na ferida: não ferindo o segredo de justiça, deu algumas informações que já deveriam ter sido dadas há mais tempo, por quem de direito. Com a simplicidade de quem tem pelas coisas a naturalidade da própria existência. E quanto ao segredo de justiça, não é divulgar por divulgar, mas divulgar, pensando nas pessoas.
4 – No fundo, como referiram, ainda, José Manuel Anes e Francisco Moita Flores, o que se tem passado é um verdadeiro descontrolo de emoções perante a sensação de perda. De perda de alguém que é nosso, que nos é querido. E que, no meio de tudo isto, o que parece é que a investigação está a ser vítima de fogo amigo.
Cá para mim, creio bem que o que acaba por ficar é apenas e tão-somente a convicção que cada um quer e escolhe. Sem outro conhecimento que não seja o próprio desconhecimento sobre o que aconteceu. No fim de contas, a sua própria ignorância.
Por isso, e porque, se calhar, como o barulho, a gritaria, a algazarra, a histeria vão continuar a ser uma constante, vou continuar a achar que mais vale continuar a ter a boca fechada, do que deixar por lá andar mosca.
segunda-feira, setembro 10, 2007
domingo, setembro 09, 2007
sábado, setembro 08, 2007
A noite que não queremos ver [ter]
Não resisto a deixar aqui este excerto:
«Nas últimas cinco semanas, morreram quatro pessoas em episódios de violência armada em frente a bares e discotecas do Porto. Até ao momento não houve uma única detenção. A ineficácia das investigações da PJ não passa despercebida, dentro e fora das forças policiais. A direcção da PJ diz não poder comentar o assunto, nem fornecer mais dados sobre a evolução dos processos, para “não prejudicar as investigações”. Mas os crimes violentos e homicídios já acontecem como na noite do Porto há mais de um ano e os casos ainda não chegaram à barra do tribunal.
(…)
A direcção da PJ do Porto não comenta este assunto. Tal como a direcção da PSP não comentou o facto de a Direcção de Investigação Criminal deste corpo policial ter anunciado na véspera a mega-operação que montou no sábado, para averiguar irregularidades com seguranças em bares do Porto. “Toda a gente sabia que eles iam andar a vasculhar”, afirmou um gerente de uma discoteca da zona industrial do Porto. Não é de espantar que a operação não tenha encontrado armas ilegais e que apenas tenha assinado 12 contra-ordenações por situações de irregularidade com porteiros. “Apanharam os casos sem relevo”, disse aquele gerente de discoteca.»
Dixit
Ferreira Fernandes
ESSA PALAVRA ARGUIDO "SO TYPICAL!"
Diário de Notícias, 08.09.2007
sexta-feira, setembro 07, 2007
E porque não pegar nele e ler?
João Aguiar
Editora ASA
Colecção Finisterra
2003
«Mesmo quando o mundo parece ficar de pernas para o ar, mesmo quando o “nosso mundo” parece ter-se irremediavelmente perdido e o Outono parece chegar inexorável. Mesmo quando escolhemos “virar as costas” e mergulhar nos braços de “Bandua, o Senhor da Guerra”, não cumprindo o nosso transcendente destino, mesmo nesse momento alguém espera por nós, de braços abertos e sorriso nos lábios.»
(Da dedicatória que me fez o meu mano Nelo)«Não te receberei contra a tua vontade, porque te amo. Mas os meus braços estão sempre abertos para os meus filhos.» (...)
«Em frente. Sempre em frente. Não tenhas medo. Não és tu o filho que eu escolhi?» (Pgs. 321 e 322)
Nábia, a deusa
Imagem daqui
Momentos íntimos
Nada mais interessa que apenas estar
Porque a amizade apenas se descobre
Em terrenos férteis em humanidade
quinta-feira, setembro 06, 2007
"Meditabundando"
Endureçamos a bondade, amigos. Ela também é bondosa, a cutilada que faz saltar a roedura e os bichos: também é bondosa a chama nas selvas incendiadas para que os arados bondosos fendam a terra.
Endureçamos a nossa bondade, amigos. Já não há pusilânime de olhos aguados e palavras brandas, já não há cretino de intenção subterrânea e gesto condescendente que não leve a bondade, por vós outorgada, como uma porta fechada a toda a penetração do nosso exame. Reparai que necessitamos que se chamem bons aos de coração recto, e aos não flexíveis e submissos.
Reparai que a palavra se vai tornando acolhedora das mais vis cumplicidades, e confessai que a bondade das vossas palavras foi sempre - ou quase sempre - mentirosa. Alguma vez temos de deixar de mentir, porque, no fim de contas, só de nós dependemos, e mortificamo-nos constantemente a sós com a nossa falsidade, vivendo assim encerrados em nós próprios entre as paredes da nossa estulta estupidez.
Os bons serão os que mais depressa se libertarem desta mentira pavorosa e souberem dizer a sua bondade endurecida contra todo aquele que a merecer. Bondade que se move, não com alguém, mas contra alguém. Bondade que não agride nem lambe, mas que desentranha e luta porque é a própria arma da vida.
E, assim, só se chamarão bons os de coração recto, os não flexíveis, os insubmissos, os melhores. Reivindicarão a bondade apodrecida por tanta baixeza, serão o braço da vida e os ricos de espírito. E deles, só deles, será o reino da terra.»
Pablo Neruda, in 'Nasci para Nascer'
Citação daqui
quarta-feira, setembro 05, 2007
Cantiga de gente simples
Que todos os dias se interroga
Sobre a Sua existência
E há gente
Que todos os dias se interroga
Sobre o que vê, escuta e sente
Há gente
Que passa os dias a discutir
Se, afinal, Ele existe ou não
E há gente
Que passa a vida a descobrir
Que, afinal, sem saber, até nem discute
(No dia do passamento de Mãe Teresa)
Há 10 anos, também Ela subiu a Montanha
Madre Teresa de Calcutá
Citação daqui
terça-feira, setembro 04, 2007
Parabéns Amélia [Continua a valer a pena vivermos]!
Serena terna e suave
Vermelha como o fogo do ocaso
Desabrochou há tempo uma rosa.
Surgiu na altura certa
Para que eu a notasse
Entre as outras flores que se exibiam.
Descobri-a por acaso
Quando um dia passeava absorto
No canteiro do amor.
Olhei-a.
Toquei-lhe.
Senti-lhe a ternura
E o carinho que só ela
Me soube transmitir.
Sorriu-me.
E desde então me prendeu
Num encanto terno e seguro
Que só o amor
Sabe descobrir.
(In O Jardim)
segunda-feira, setembro 03, 2007
sábado, setembro 01, 2007
Momentos íntimos
Dou por mim sem saber
De coisas que não se esquecem
Tranquilo de gestos e largo de calma
Abarco o horizonte com olhos de pausa
E os meus sabem a espera e a procura