segunda-feira, dezembro 31, 2007
domingo, dezembro 30, 2007
É d’Homem!
«- O que dá ou não prestígio ao Ministério Público é a opinião do pedreiro, do médico, do professor, o motorista de táxi. Eu disse isso nesse momento e digo agora: não adianta nada aos magistrados dizerem que são muito bons porque o verdadeiro escrutínio é feito pelo cidadão. Quando o cidadão considerar que o Ministério Público é um órgão prestigiado, os políticos também acharão. Neste momento, não posso dizer que o Ministério Público é uma instituição prestigiadíssima porque não o é. Só quando o cidadão o considerar como tal.
- No ano de 2008 tem de acabar a ‘Operação Furacão’. Vai ser o ano do fim do processo dos voos da CIA, do julgamento da Casa Pia e outros. Os poucos prazos que anunciei até hoje cumpriram-se.
- É um ano [2008] muito importante! As pessoas estão à espera de resultados e têm todo o direito de pedir contas. O que não pode pensar o sindicato do Ministério Público, ou quem quer que seja, é que o poder político não tem o direito de inquirir o procurador sobre a Justiça. Tem todo o direito. O Presidente da República e o primeiro-ministro têm todo o direito de perguntar ao procurador como vai a Justiça do País. É natural que queiram resultados e que eles venham a aparecer. É preciso sair do impasse em que a justiça se encontra.»
Pinto Monteiro, Procurador-geral da República
Entrevista [excertos] ao Correio da Manhã, 30.12.2007
- No ano de 2008 tem de acabar a ‘Operação Furacão’. Vai ser o ano do fim do processo dos voos da CIA, do julgamento da Casa Pia e outros. Os poucos prazos que anunciei até hoje cumpriram-se.
- É um ano [2008] muito importante! As pessoas estão à espera de resultados e têm todo o direito de pedir contas. O que não pode pensar o sindicato do Ministério Público, ou quem quer que seja, é que o poder político não tem o direito de inquirir o procurador sobre a Justiça. Tem todo o direito. O Presidente da República e o primeiro-ministro têm todo o direito de perguntar ao procurador como vai a Justiça do País. É natural que queiram resultados e que eles venham a aparecer. É preciso sair do impasse em que a justiça se encontra.»
Pinto Monteiro, Procurador-geral da República
Entrevista [excertos] ao Correio da Manhã, 30.12.2007
sábado, dezembro 29, 2007
Ler os outros
«(…) Observamos que, civilização a civilização, século a século (embora em ritmos diversos) a ditadura gera o mercado que gera a democracia. Para quem cresceu sob a batuta do "orgulhosamente sós", do "pobrezinhos e honrados" ou, depois, sob a banda dos amanhãs que cantariam, lá no interior das estepes e atrás do Muro do Berlim, é refrescante ver o modo linear como, ao longo da História, o desenvolvimento mercantil - ou seja, o capitalismo, que nos foi apresentado, no pré como no pós-25 de Abril, como um Belzebu fumegante - acompanhou o crescimento da ciência, da cultura e dos direitos humanos. O curto capítulo final sobre Portugal é, a esse respeito, devastador: demonstra-nos por que razão o nosso país, tendo tudo na mão, perdeu a oportunidade de se tornar, no século XVI, a potência dominante da Europa. Attali aponta três razões, mas a palavra-chave de todas elas é "imobilismo". E sublinha que "o país nunca conseguiu formar, promover nem acolher uma classe criativa", ou seja, gente com engenho, arte e iniciativa, preferindo encher-se de "teólogos, militares, senhores feudais, artistas comanditados pelo poder, e administradores (...)". Isto no século XVI. Pois.»
Inês Pedrosa
Regresso ao futuro
Expresso, 29.12.2007
Inês Pedrosa
Regresso ao futuro
Expresso, 29.12.2007
sexta-feira, dezembro 28, 2007
Os deuses devem mesmo estar loucos… [Ou: Para acabar o ano em beleza]
Arábia Saudita vai pedir 19 mil milhões de dólares de indemnização às tabaqueiras
Público, 28.12.2007
Público, 28.12.2007
Dixit
«(…) Luís Filipe Menezes revelou a sua profunda vocação liberal. Menezes promete uma “fórmula radical” que passa por “desmantelar”, no prazo de seis meses, o “peso do Estado”. Poderá parecer mesquinho sublinhar o facto de, em dois meses, Luís Filipe Menezes não ter sido capaz de revolucionar o PSD. Será que Menezes acredita que é possível, em Portugal, uma revolução liberal? Talvez o líder do PSD esteja a pensar na maioria silenciosa de empresários e investidores que se abstiveram na mais recente aventura do BCP. Mas a abstenção das maiorias é muitas vezes a prova de que não existem.»
Carlos Marques de Almeida
“Música no coração”
Diário Económico, 28.12.2007
Carlos Marques de Almeida
“Música no coração”
Diário Económico, 28.12.2007
quinta-feira, dezembro 27, 2007
Balanços…
«(…) Não me lembro de outro ano tão doentiamente impolítico como este de 2007. Não apolítico ou antipolítico, dois estados reconhecíveis que supõem uma atitude consciente de distância ou negação face à política. O ano de 2007 não foi feito nem dessa distância, nem dessa negação. Foi só um ano que demonstrou a nossa quase total incapacidade de pensarmos sobre o presente, livres da encenação e da pompa majestática do Governo. Foi um ano da lenta desagregação do PSD que, com Luís Filipe Menezes, parece apostado em partilhar os despojos do poder. Foi um ano da estranha domesticação dos dois líderes mais independentes: Louçã, que andou caladinho como nunca no passado, e Portas, que regressou para uma oposição de baixa intensidade, à espera que isso lhe altere a imagem. Em 2007, Sócrates conseguiu o que nenhum outro líder político teve antes dele: uma sociedade que o aceita sem particular entusiasmo, certa das suas imperfeições, mas que desistiu de pensar por si própria. A vida vai triste no reino da Dinamarca.»
Pedro Lomba
UM ANO IMPOLÍTICO
Diário de Notícias, 27.12.2007
Pedro Lomba
UM ANO IMPOLÍTICO
Diário de Notícias, 27.12.2007
quarta-feira, dezembro 26, 2007
terça-feira, dezembro 25, 2007
segunda-feira, dezembro 24, 2007
Poema de Natal
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Vinicius de Moraes
Encontrado aqui
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Vinicius de Moraes
Encontrado aqui
domingo, dezembro 23, 2007
Poema de Natal
História Antiga
Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava, e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.
E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da Nação.
Mas,
Por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.
Miguel Torga
Antologia Poética
Coimbra, Ed. do Autor, 1981
Encontrado aqui
Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava, e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.
E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da Nação.
Mas,
Por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.
Miguel Torga
Antologia Poética
Coimbra, Ed. do Autor, 1981
Encontrado aqui
sábado, dezembro 22, 2007
Os “mas” do costume
Eu acho que não vale a pena andar aqui às voltas.
O que está em causa, o que conta verdadeiramente, o que deveria ser levado em conta é tão-somente o PRINCÍPIO. Não o valor das coisas, que raio!
O que está em causa, o que conta verdadeiramente, o que deveria ser levado em conta é tão-somente o PRINCÍPIO. Não o valor das coisas, que raio!
sexta-feira, dezembro 21, 2007
Momentos íntimos
De mansinho
Bateste-me à porta.
De mansinho
Eu t’a abri
E de mansinho
A estrada foi sendo
Caminhada
Bateste-me à porta.
De mansinho
Eu t’a abri
E de mansinho
A estrada foi sendo
Caminhada
quinta-feira, dezembro 20, 2007
Na verdade, gostei de ler
«(…) O Natal é isto mesmo. Para os que têm fé, a renovação da Encarnação, de um poderoso e salvívico acto de amor. Para os que não têm fé, o aniversário de um homem que revolucionou o seu tempo, fez face aos poderosos, exaltou os humildes, lutou pela justiça e pela liberdade e, por isso, foi crucificado. Em qualquer caso, uma imensa prova de confiança na nossa pobre condição humana, que devia servir de motivo para alguma reflexão interior, sobre cada um de nós e os outros, todos os outros que vivem, ainda hoje, na privação da esperança e da dignidade.
Há dois meses que nos incitam a "brincar ao Natal", agora definitivamente transformado num entrudo pelo marketing desenfreado da sociedade de consumo. Só vejo o velho vermelhusco, o seu trenó e as suas renas, sinos, fitas e bolas, pinheiros de todos os tamanhos, comida e presentes. Uma sociedade infantilizada parece querer fugir de qualquer espiritualidade, recusar qualquer dimensão transcendental. Onde está, então, o Menino, a razão única desta efeméride, quer se acredite quer não, na sua divindade?»
Maria José Nogueira Pinto
ONDE ESTÁ O MENINO?
Diário de Notícias, 20.12.2007
Há dois meses que nos incitam a "brincar ao Natal", agora definitivamente transformado num entrudo pelo marketing desenfreado da sociedade de consumo. Só vejo o velho vermelhusco, o seu trenó e as suas renas, sinos, fitas e bolas, pinheiros de todos os tamanhos, comida e presentes. Uma sociedade infantilizada parece querer fugir de qualquer espiritualidade, recusar qualquer dimensão transcendental. Onde está, então, o Menino, a razão única desta efeméride, quer se acredite quer não, na sua divindade?»
Maria José Nogueira Pinto
ONDE ESTÁ O MENINO?
Diário de Notícias, 20.12.2007
Não resisto a colocar aqui [Sem mais palavras, obviamente…]
Os vereadores do movimento Cidadãos por Lisboa devolveram hoje os presentes de Natal que a administração da EMEL lhes enviou, por considerarem «ridículo» que uma empresa municipal com «problemas financeiros» faça aquelas ofertas.
Sol, 20.12.2007
Sol, 20.12.2007
Momentos íntimos
Abrem meus pés descalços
Sulcos na areia da vida
E os meus pés são como formigas
Minúsculos obreiros da eternidade
Sulcos na areia da vida
E os meus pés são como formigas
Minúsculos obreiros da eternidade
quarta-feira, dezembro 19, 2007
terça-feira, dezembro 18, 2007
É bom irmos pensando bem nas coisas, porque qualquer dia…
«(…) Os contos infantis, hoje já de si expurgados de muita da sua violência original, têm um objectivo claro: ajudar as crianças a enfrentarem os seus medos e a inseri-las na comunidade. A ideia não é que elas se sintam únicas. É o contrário disso: é que elas sintam que os seus receios são partilhados e fazem parte da condição humana, ajudando-as a solucionar os conflitos internos que acompanham o processo de crescimento. As crianças já se projectam nas histórias. Não precisam – é até empobrecedor – que o seu nome faça parte delas. Mas claro: numa sociedade onde nunca as crianças foram tão bem tratadas e nunca os pais tiveram tantos sentimentos de culpa, é difícil resistir. Por isso, põem-se os miúdos no centro do mundo, não os deixando ser quem são à força de tanto querer que sejam especiais. E eles lá crescem birrentos e egocêntricos – porque tanto mimo e "personalização" não fazem bem a ninguém.»
João Miguel Tavares
O CAPUCHINHO VERMELHO CORRE RISCO DE DESEMPREGO
Diário de Notícias, 18.12.2007
João Miguel Tavares
O CAPUCHINHO VERMELHO CORRE RISCO DE DESEMPREGO
Diário de Notícias, 18.12.2007
Dixit
«(…) Sócrates vai, então, descer à cidade, onde o espera uma barragem de chatices a que já não estava habituado. Greves na Função Pública, patrões que esperam 'apoio' do Governo para cumprirem os acordos que assinaram com os sindicatos, empreiteiros que desesperam por despesa e obras públicas, o sarilho da Ota para resolver, o maior banco privado nacional em continuado e alegre processo de implosão, o ministro das Finanças que, se não o seguram, privatiza tudo, até o ar que respiramos, para se ver livre do défice, e uns malucos que, não vendo cimeiras nem Expos no futuro próximo, já nos ameaçam com um Mundial de Futebol para que não se perca este saudável hábito das grandes festas públicas com a factura a debitar às receitas do IRS. (…)»
Miguel Sousa Tavares
O circo
Expresso, 17.12.2007
Miguel Sousa Tavares
O circo
Expresso, 17.12.2007
segunda-feira, dezembro 17, 2007
E mais não digo
A lei é totalmente ineficaz. É o que se chama uma lei estúpida. E potencialmente perigosa, porque se intromete na vida de associações livres. Além de, teoricamente, ser possível a um partido de 100 militantes ter o apoio de um ou dois milhões de pessoas.
Henrique Monteiro
A lei estúpida e os partidos assassinados
Expresso, 17.12.2007
Henrique Monteiro
A lei estúpida e os partidos assassinados
Expresso, 17.12.2007
"Meditabundando"
As Pessoas Sensatas
Platão comparava a vida a um jogo de dados, no qual devêssemos fazer um lance vantajoso e, depois, bom uso dos pontos obtidos, quaisquer que fossem. O primeiro item, o lance vantajoso, não depende do nosso arbítrio; mas receber de maneira apropriada o que a sorte nos conceder, assinalando a cada coisa um lugar tal que o que mais apreciamos nos cause o maior bem e o que mais aborrecemos o menor mal – isso nos incumbe, se formos sensatos. Os homens que defrontam a vida sem habilidade ou inteligência são como enfermos que não podem tolerar nem o calor nem o frio; a prosperidade exalta-os e a adversidade desalenta-os. São perturbados por uma e por outra, ou melhor, por si próprios, numa ou noutra, não menos na prosperidade que na adversidade.
Teodoro, chamado o Ateu, costumava dizer que oferecia os seus discursos com a mão direita, mas os seus ouvintes recebiam-nos com a esquerda; os ignaros frequentemente dão mostras da sua inépcia oferecendo à Fortuna uma recepção canhestra quando ela se apresenta de modo destro. Mas as pessoas sensatas agem como as abelhas, que extraem mel do tomilho, planta muito seca e azeda; similarmente, as pessoas sensatas muitas vezes obtêm para si algo de útil e aprazível das mais adversas situações.
Plutarco, in 'Do Contentamento'
Citação daqui
Platão comparava a vida a um jogo de dados, no qual devêssemos fazer um lance vantajoso e, depois, bom uso dos pontos obtidos, quaisquer que fossem. O primeiro item, o lance vantajoso, não depende do nosso arbítrio; mas receber de maneira apropriada o que a sorte nos conceder, assinalando a cada coisa um lugar tal que o que mais apreciamos nos cause o maior bem e o que mais aborrecemos o menor mal – isso nos incumbe, se formos sensatos. Os homens que defrontam a vida sem habilidade ou inteligência são como enfermos que não podem tolerar nem o calor nem o frio; a prosperidade exalta-os e a adversidade desalenta-os. São perturbados por uma e por outra, ou melhor, por si próprios, numa ou noutra, não menos na prosperidade que na adversidade.
Teodoro, chamado o Ateu, costumava dizer que oferecia os seus discursos com a mão direita, mas os seus ouvintes recebiam-nos com a esquerda; os ignaros frequentemente dão mostras da sua inépcia oferecendo à Fortuna uma recepção canhestra quando ela se apresenta de modo destro. Mas as pessoas sensatas agem como as abelhas, que extraem mel do tomilho, planta muito seca e azeda; similarmente, as pessoas sensatas muitas vezes obtêm para si algo de útil e aprazível das mais adversas situações.
Plutarco, in 'Do Contentamento'
Citação daqui
domingo, dezembro 16, 2007
sábado, dezembro 15, 2007
Dixit
O respeito – a etimologia da palavra é muito interessante: do latim respicere, que significa olhar para trás, voltar-se para olhar – é esse olhar para os outros como olhamos para nós, tratando-os como queremos que nos tratem: como iguais e diferentes.
Anselmo Borges
IGUALDADE DE OPORTUNIDADES PARA TODOS
Diário de Notícias, 15.12.2007
Anselmo Borges
IGUALDADE DE OPORTUNIDADES PARA TODOS
Diário de Notícias, 15.12.2007
De boca aberta…
Não resisto a deixar aqui esta peça do Sol, de hoje, chamando a atenção especialmente para o último parágrafo.
«Na região de Kerala, no Sul da Índia, um homem teve de ser internado no hospital de Pakakkadavu, ao contrair raiva.
O homem de 65 anos irritou-se com um cão que atacou os seus patos e lançou-se sobre o animal, envolvendo-se ambos numa luta corpo a corpo.
No embate, o cão, que se enfureceu contra o indiano, mordeu-o na mão, levando o homem a morder o animal no pescoço enquanto não viu a sua mão livre dos dentes do cão.
O animal estava infectado com raiva, e o homem teve de ser hospitalizado e, depois, transferido para uma unidade de saúde melhor apetrechada, a fim de ser tratado de forma eficaz.
Ao local acorreu uma multidão, que incentivou o confronto, só intervindo quando homem e animal se separaram, extenuados, e lincharam o cão.»
sexta-feira, dezembro 14, 2007
Uma boa notícia
A Assembleia do estado norte-americano de New Jersey aprovou hoje um projecto de lei de abolição da pena de morte. Esta é a primeira vez em 40 anos que uma decisão destas é tomada nos Estados Unidos.
Público, 14.12.2007
Público, 14.12.2007
É obra!
«(…) nunca um candidato a primeiro-ministro tinha ido tão longe no dislate. De tal forma longe que o próprio Santana Lopes, seu aparente braço-direito, fez questão de se demarcar, conseguindo, por contraste, parecer sensato e ligeiramente credível no seu "apelo à reflexão".»
Fernanda Câncio
LUÍS FILIPE MENEZES É LELÉ DA CUCA
Diário de Notícias, 14.12.2007
Fernanda Câncio
LUÍS FILIPE MENEZES É LELÉ DA CUCA
Diário de Notícias, 14.12.2007
Provérbios
Com pulga de outro, coço-me pouco.
In Tomás Lourenço, Provérbios Pós-Modernos, Âncora Editora
In Tomás Lourenço, Provérbios Pós-Modernos, Âncora Editora
quinta-feira, dezembro 13, 2007
E porque não pegar nele e ler?
O Perdão dos Templários
Alexandre Gabriel, Eduardo Amarante, José Medeiros, Luís-Carlos Silva, Pinharanda Gomes, Rainer Daehnhardt, Sérgio Sousa-Rodrigues
Ed. Zéfiro
2ª Edição, 19 de Outubro de 2006
“Este livro toma como ponto de partida o Pergaminho de Chinon, um manuscrito encontrado na Biblioteca Secreta do Vaticano em 2002, que indicia um "perdão secreto" dado aos templários pela Igreja, em 1308 – um ano após a perseguição feita aos cavaleiros. (…)” (Da Contracapa)
Para além disso, os autores trazem-nos, ainda, mais algumas reflexões sobre o estudo do Templo. A história da Ordem, nomeadamente a sua continuação em Portugal, já como Ordem de Cristo. Como refere o Alvará Régio de D. Maria I, publicado em 1782: “Eu a Rainha. Faço saber aos que este Alvará virem: Que havendo sido instituída nestes Reinos a Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo pelo Senhor Rei D. Diniz em lugar da dos Templários, que se acabava de extinguir; (…)”
Alexandre Gabriel, Eduardo Amarante, José Medeiros, Luís-Carlos Silva, Pinharanda Gomes, Rainer Daehnhardt, Sérgio Sousa-Rodrigues
Ed. Zéfiro
2ª Edição, 19 de Outubro de 2006
“Este livro toma como ponto de partida o Pergaminho de Chinon, um manuscrito encontrado na Biblioteca Secreta do Vaticano em 2002, que indicia um "perdão secreto" dado aos templários pela Igreja, em 1308 – um ano após a perseguição feita aos cavaleiros. (…)” (Da Contracapa)
Para além disso, os autores trazem-nos, ainda, mais algumas reflexões sobre o estudo do Templo. A história da Ordem, nomeadamente a sua continuação em Portugal, já como Ordem de Cristo. Como refere o Alvará Régio de D. Maria I, publicado em 1782: “Eu a Rainha. Faço saber aos que este Alvará virem: Que havendo sido instituída nestes Reinos a Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo pelo Senhor Rei D. Diniz em lugar da dos Templários, que se acabava de extinguir; (…)”
- «Perdoados, absolvidos em Chinon; depois acusados, contraditórios, afirmando e negando, de nada lhes valeu, pelo menos em termos de justiça terrestre, a absolvição de Chinon.»
Pinharanda Gomes - «Salvo a honra e o respeito que devo ao soberano pontífice e aos cardeais que atestam as confissões do (grão) mestre, eu não posso crer que ele tenha confessado os crimes de que a Ordem é falsamente acusada.»
Padre Barthélemy de La Tour
Imagem daqui
quarta-feira, dezembro 12, 2007
Se calhar até tem razão
Para Freitas do Amaral, "não é verdade" que só se combata a pobreza com crescimento económico. Ontem, lembrou o exemplo de países onde esse mesmo crescimento económico originou maiores fossos sociais e maiores desigualdades e aproveitou para defender a necessidade de se voltar ao modelo social europeu, "produto de socialistas e de democratas cristãos".
Diário de Notícias, 12.12.2007
Diário de Notícias, 12.12.2007
Outros olhares
ADAM, Lambert-Sigisbert
Neptune and Amphitrite
1740 (completed), Lead
Bassin de Naptune, Versailles
Imagem daqui
Neptune and Amphitrite
1740 (completed), Lead
Bassin de Naptune, Versailles
Imagem daqui
terça-feira, dezembro 11, 2007
Pensamentos subversivos (LIV)
A ver se percebo: Primeiro pomo-nos de acordo. Depois eu faço uma coisa e tu fazes outra. Depois apercebemo-nos que metemos todos a pata na poça. Finalmente, abraçámo-nos todos irmanados na mesma ideia.
Pois é: o Primeiro o que faz é jogging…
«Acabaram-se os passeios do primeiro-ministro ao Parlamento»
Santana Lopes, no debate mensal, no Parlamento
Santana Lopes, no debate mensal, no Parlamento
Dixit
Um dos problemas da sociedade contemporânea (de que nem Kadhafi nem os promotores falarão) é esta falta de vergonha que faz com que - a troco de qualquer coisa, e muitas vezes de nada -, se equipare tudo na vida. As Universidades tanto ouvem cientistas, investigadores ou criadores de mérito, como assassinos, ditadores e terroristas. Pensarão que isso corresponde a sinais de tolerância e modernidade, mas infelizmente o que revelam é apenas cobardia política, falta de senso e subserviência em relação a personagens que nem dimensão intelectual nem obra têm (se exceptuarmos o ridículo 'Livro Verde' que o coronel Kadhafi distribuiu por todo o mundo).
Henrique Monteiro
O dinheiro compra tudo?
Expresso, 10.12.2007
Henrique Monteiro
O dinheiro compra tudo?
Expresso, 10.12.2007
... [Se calhar sou eu que...]
Na primeira noite, eles se aproximam
e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra
sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.
Maiakovski
(Poeta russo)
e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra
sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.
Maiakovski
(Poeta russo)
segunda-feira, dezembro 10, 2007
O homem até tem razão, o que é que querem?
Daqui a três semanas, entra em vigor a tão falada lei sobre o tabaco em restaurantes, hotéis e similares. Há coisas na lei que são simplesmente um castigo imposto aos fumadores, não ditado por qualquer preocupação de protecção aos não-fumadores, como a proibição absoluta de poder haver um espaço reservado para os fumadores nos hospitais, comboios ou transportes marítimos. Quanto aos restaurantes e afins, a liberdade de escolha dos próprios foi substituída por um sistema de condicionantes tais que parece que a generalidade dos estabelecimentos concluiu ser mais simples e mais barato nada fazer e proibir o fumo. É uma história bem portuguesa: os proprietários dos restaurantes tiveram meses para discutir a lei, um ano para se prepararem para ela e só agora, à bica do prazo, é que se lembraram de a avaliar para concluir que nada há a fazer. E, assim, temos mais uma lei que, carregada de equitativas intenções, acaba por se revelar totalmente unilateral: quem fuma deixa de poder frequentar restaurantes, como se tivesse peçonha, ou então vem à rua a meio da refeição, confraternizar com os arrumadores e expor-se à curiosidade pública como elemento anti-social. E assim entramos na modernidade. Só não sei é porque continuam os transportes públicos a lançar fumo para a cara dos passantes como nenhum outro veículo, as suiniculturas continuam impunemente a envenenar os rios e a indústria alegremente a rebentar com todos os limites de emissão de gases que acordámos em Quioto, já lá vão dez anos.
Miguel Sousa Tavares
Expresso, 08.12.2007
Miguel Sousa Tavares
Expresso, 08.12.2007
domingo, dezembro 09, 2007
sábado, dezembro 08, 2007
Pingos
A rua estava deserta.
Caíam alguns pingos de água,
Originando uma cortina de fumo
Que se interpunha entre os meus olhos
E o que queria recordar.
Ao longe, uns faróis passavam, velozes,
Levando no seu interior
O calor de dois que se fundiam.
Neste passeio, branco e frio,
Dois vultos levando entre si
A desilusão que os cobria.
Um olhar triste passou,
Acordando em nós, momentaneamente,
Aquela vida que tivéramos
E que, lá longe, ainda nos aguarda.
Olhar triste, olhar quente.
Nesta rua, deserta e obscura,
Onde os pés nos levam, nos puxam,
Para o que não desejamos
– Mas que aguentamos –
Vejo-te à minha frente.
E mais uns pingos caem na calçada.
Caíam alguns pingos de água,
Originando uma cortina de fumo
Que se interpunha entre os meus olhos
E o que queria recordar.
Ao longe, uns faróis passavam, velozes,
Levando no seu interior
O calor de dois que se fundiam.
Neste passeio, branco e frio,
Dois vultos levando entre si
A desilusão que os cobria.
Um olhar triste passou,
Acordando em nós, momentaneamente,
Aquela vida que tivéramos
E que, lá longe, ainda nos aguarda.
Olhar triste, olhar quente.
Nesta rua, deserta e obscura,
Onde os pés nos levam, nos puxam,
Para o que não desejamos
– Mas que aguentamos –
Vejo-te à minha frente.
E mais uns pingos caem na calçada.
quinta-feira, dezembro 06, 2007
"Meditabundando"
Máximas do Nosso Saber
O que sabemos, sabemo-lo afinal apenas para nós mesmos. Se falo com alguém daquilo que julgo saber, acontece que imediatamente ele supõe saber o assunto melhor que eu, e sou obrigado a regressar a mim mesmo com o meu saber. O que sei bem, sei-o apenas para mim. Uma palavra pronunciada por outro raramente constitui um estímulo. Na maior parte das vezes suscita contradição, paralisia ou indiferença.
Instruamo-nos primeiro a nós próprios e seremos depois capazes de receber instruções dos outros.
Em boa verdade aprendemos sempre em livros que não somos capazes de avaliar. O autor de um livro que fôssemos capazes de avaliar teria que aprender connosco.
Muitos há que têm orgulho no que sabem. Face ao que não sabem costumam ser arrogantes. No fundo só se sabe quando se sabe pouco. À medida que cresce o saber, cresce igualmente a dúvida.
Johann Wolfgang von Goethe, in "Máximas e Reflexões"
Citação daqui
O que sabemos, sabemo-lo afinal apenas para nós mesmos. Se falo com alguém daquilo que julgo saber, acontece que imediatamente ele supõe saber o assunto melhor que eu, e sou obrigado a regressar a mim mesmo com o meu saber. O que sei bem, sei-o apenas para mim. Uma palavra pronunciada por outro raramente constitui um estímulo. Na maior parte das vezes suscita contradição, paralisia ou indiferença.
Instruamo-nos primeiro a nós próprios e seremos depois capazes de receber instruções dos outros.
Em boa verdade aprendemos sempre em livros que não somos capazes de avaliar. O autor de um livro que fôssemos capazes de avaliar teria que aprender connosco.
Muitos há que têm orgulho no que sabem. Face ao que não sabem costumam ser arrogantes. No fundo só se sabe quando se sabe pouco. À medida que cresce o saber, cresce igualmente a dúvida.
Johann Wolfgang von Goethe, in "Máximas e Reflexões"
Citação daqui
quarta-feira, dezembro 05, 2007
AH! Já estávamos a ficar preocupados…
Noddy vai acompanhar Cimeira UE / África
O personagem infantil Noddy não foi convidado para a Cimeira UE/África, mas a sua presença será constante ao longo das cinco sessões do espectáculo que decorrerá paredes-meias, em Lisboa, com a reunião dos líderes políticos dos dois continentes.
Sol, 05.12.2007
O personagem infantil Noddy não foi convidado para a Cimeira UE/África, mas a sua presença será constante ao longo das cinco sessões do espectáculo que decorrerá paredes-meias, em Lisboa, com a reunião dos líderes políticos dos dois continentes.
Sol, 05.12.2007
A ler
- O último leopardo – Baptista-Bastos – [Diário de Notícias]
- Regras e desemprego – Helena Garrido – [Diário Económico]
Dixit
Na hora da partida, o fundador do BCP apenas reuniu consenso sobre um ponto: o alívio com que todos vêem a sua partida.
Pedro Marques Pereira
Passivo incobrável
Diário Económico, 05.12.2007
Pedro Marques Pereira
Passivo incobrável
Diário Económico, 05.12.2007
terça-feira, dezembro 04, 2007
Outros olhares
Ilustração do livro dos mortos, dinastia 19, cerca de 1285 ac.
British Museum, de Londres
Imagem daqui
British Museum, de Londres
Imagem daqui
segunda-feira, dezembro 03, 2007
Obrigatório [mesmo] ler
- Razões pelas quais desconfio da lei do tabaco – Henrique Monteiro – [Expresso]
Terceto espiritual
O meu amigo Zé falou-me
De Luz.
Aquela que nos traz a vida.
O meu amigo Zé falou-me
Do Vigia
Que assinala o escondido.
O meu amigo Zé falou-me
Da Vida.
Da Aurora ao Ocaso.
De Luz.
Aquela que nos traz a vida.
O meu amigo Zé falou-me
Do Vigia
Que assinala o escondido.
O meu amigo Zé falou-me
Da Vida.
Da Aurora ao Ocaso.
domingo, dezembro 02, 2007
A ler
- Fado Nosso – Nuno Brederode Santos – [Diário de Notícias]
- Cuidado com o bipartidarismo – Ricardo Costa – [Diário Económico]
sábado, dezembro 01, 2007
Dixit
Mas já Nietzsche se queixava: "Cristãos? Só houve um, e morreu na cruz." Depois, veio a Igreja e "o Disangelho".
Anselmo Borges
DEUS CONTRA DEUS?
Diário de Notícias, 01.12.2007
Anselmo Borges
DEUS CONTRA DEUS?
Diário de Notícias, 01.12.2007
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