terça-feira, abril 28, 2009
domingo, abril 26, 2009
Olhares [quase] proféticos
É preciso ver e escutar
Diz a voz profética
Dos que se sentem inquietos
E na sua inquietação
Apreendem que não podem ignorar
E na sua profecia
Descobrem-se libertos de cadeias
É preciso ver e escutar
Também hoje a voz ecoa
Aqui à nossa volta, aqui agora
E na nossa cegueira
Apenas constatamos que não vemos
E na nossa surdez
Apenas descobrimos o calar
E na nossa ignorância
Apenas conseguimos o vazio
É preciso ver e escutar
Também hoje e aqui
Voltamos a sonhar, acordados.
E apesar de nós próprios
De novo nos descobrimos.
Diz a voz profética
Dos que se sentem inquietos
E na sua inquietação
Apreendem que não podem ignorar
E na sua profecia
Descobrem-se libertos de cadeias
É preciso ver e escutar
Também hoje a voz ecoa
Aqui à nossa volta, aqui agora
E na nossa cegueira
Apenas constatamos que não vemos
E na nossa surdez
Apenas descobrimos o calar
E na nossa ignorância
Apenas conseguimos o vazio
É preciso ver e escutar
Também hoje e aqui
Voltamos a sonhar, acordados.
E apesar de nós próprios
De novo nos descobrimos.
sábado, abril 25, 2009
25 de Abril
quarta-feira, abril 22, 2009
terça-feira, abril 21, 2009
segunda-feira, abril 20, 2009
Trova da terra dos homens
Venho da terra dos homens
Tenho nos olhos o sabor do tempo
Sei da minha gente o querer sem saber
E conheço da minha árvore a vontade de ser
Sei dos meus caminhos o destino aberto
E dos meus passos o cansaço do percurso
Venho da terra dos homens
Tenho nas mãos a simplicidade do gesto
Descubro nas nossas casas janelas rasgadas
E portas livres que sabem a entrada
Descubro nas nossas praças gente que sonha
E deseja novos dias em tempos de futuro
Venho da terra dos homens
Tenho nos pés a poeira do caminho
Procuro no meio da gente que vislumbro
O âmago da vida que ainda aspiramos
Procuro no mais fundo de nós próprios
A razão e o sentido do tempo que nos espera
Venho da terra dos homens
Sonho a terra que um dia nos doaram
Tenho nos olhos o sabor do tempo
Sei da minha gente o querer sem saber
E conheço da minha árvore a vontade de ser
Sei dos meus caminhos o destino aberto
E dos meus passos o cansaço do percurso
Venho da terra dos homens
Tenho nas mãos a simplicidade do gesto
Descubro nas nossas casas janelas rasgadas
E portas livres que sabem a entrada
Descubro nas nossas praças gente que sonha
E deseja novos dias em tempos de futuro
Venho da terra dos homens
Tenho nos pés a poeira do caminho
Procuro no meio da gente que vislumbro
O âmago da vida que ainda aspiramos
Procuro no mais fundo de nós próprios
A razão e o sentido do tempo que nos espera
Venho da terra dos homens
Sonho a terra que um dia nos doaram
domingo, abril 19, 2009
sábado, abril 18, 2009
Não sei porque te quero
Não sei porque te quero
Nem sei porque não sei
Porque te quero.
Apenas sei que te quero
E que sei que ao querer-te
Não sei se te quero mesmo
Ou se te quero
Mesmo que não saiba
Porque te quero.
Mas sei que te quero.
Apenas.
Nem sei porque não sei
Porque te quero.
Apenas sei que te quero
E que sei que ao querer-te
Não sei se te quero mesmo
Ou se te quero
Mesmo que não saiba
Porque te quero.
Mas sei que te quero.
Apenas.
sexta-feira, abril 17, 2009
Cantiga de Amigo
Onde estás meu amigo
Que te anseio tanto e tão breve?
O tempo sem ti é como água
Que de rio se torna mar revolto.
Onde estás meu amigo
Que te espero pronta e desperta?
O tempo sem ti é como vento
Que veloz se transforma em tormenta.
Onde estás meu amigo
Que te quero tanto e tanto?
O tempo contigo é mar sereno
É brisa refrescante
É tempo de querer-te ansiando.
(Teorema, Dezembro 2003)
Que te anseio tanto e tão breve?
O tempo sem ti é como água
Que de rio se torna mar revolto.
Onde estás meu amigo
Que te espero pronta e desperta?
O tempo sem ti é como vento
Que veloz se transforma em tormenta.
Onde estás meu amigo
Que te quero tanto e tanto?
O tempo contigo é mar sereno
É brisa refrescante
É tempo de querer-te ansiando.
(Teorema, Dezembro 2003)
quinta-feira, abril 16, 2009
O meu canto
O meu canto é uma prece
Que na manhã encanta
E na tarde quase espanta.
Tem palavras soltas o meu canto
E frases que conhecem o silêncio.
Porque libertas, apenas sabem o partir.
O meu canto surge de súbito
No momento breve que fica no tempo.
E de repente apenas sabemos o cantar.
Que na manhã encanta
E na tarde quase espanta.
Tem palavras soltas o meu canto
E frases que conhecem o silêncio.
Porque libertas, apenas sabem o partir.
O meu canto surge de súbito
No momento breve que fica no tempo.
E de repente apenas sabemos o cantar.
segunda-feira, abril 13, 2009
Para começar bem a semana...
“Há apenas duas coisas com que você deve preocupar-se. Se você está bem ou se está doente.
Se você está bem, não há nada com que se preocupar. Se você está doente, há duas coisas com que se preocupar. Se você vai se curar ou se vai morrer.
Se você vai se curar, não hánada com que se preocupar. Se você vai morrer, há duas coisas com que se preocupar. Se você vai para o céu ou se vai para o inferno.
Se você vai para o céu, não há nada com que se preocupar. Agora se você for para o inferno estará tão ocupado cumprimentando os velhos amigos que nem terá tempo de se preocupar.
Então, para que se preocupar?”
Se você está bem, não há nada com que se preocupar. Se você está doente, há duas coisas com que se preocupar. Se você vai se curar ou se vai morrer.
Se você vai se curar, não hánada com que se preocupar. Se você vai morrer, há duas coisas com que se preocupar. Se você vai para o céu ou se vai para o inferno.
Se você vai para o céu, não há nada com que se preocupar. Agora se você for para o inferno estará tão ocupado cumprimentando os velhos amigos que nem terá tempo de se preocupar.
Então, para que se preocupar?”
Provérbio chinês
(Envido por um amigo, por mail)
domingo, abril 12, 2009
Boa Páscoa!
Cristo in maestà
Provincia russa, XVI secolo
tempera su tavola
Gallerie di Palazzo Leoni Montanari - Scheda dell'opera
Imagem daqui
Provincia russa, XVI secolo
tempera su tavola
Gallerie di Palazzo Leoni Montanari - Scheda dell'opera
Imagem daqui
sábado, abril 11, 2009
sexta-feira, abril 10, 2009
Outros olhares [do tempo]
Novgorod
Discesa agli Inferi
seconda metà del XIII secolo
tempera su tavola
Gallerie di Palazzo Leoni Montanari - Scheda dell'opera
Imagem daqui
Discesa agli Inferi
seconda metà del XIII secolo
tempera su tavola
Gallerie di Palazzo Leoni Montanari - Scheda dell'opera
Imagem daqui
quinta-feira, abril 09, 2009
Este é o tempo
Este é o tempo
O momento que se aproxima
O instante que se torna urgente
Este é o tempo
A decisão assume-se
Como se assume respirar
Este é o tempo
O passo a dar inicia-se
A meta adivinha-se ainda
Este é o tempo
O caminho fica a descoberto
A estrada revela-se intemporal
Este é o tempo
O tempo que está próximo
O tempo dos que vivem o tempo
O momento que se aproxima
O instante que se torna urgente
Este é o tempo
A decisão assume-se
Como se assume respirar
Este é o tempo
O passo a dar inicia-se
A meta adivinha-se ainda
Este é o tempo
O caminho fica a descoberto
A estrada revela-se intemporal
Este é o tempo
O tempo que está próximo
O tempo dos que vivem o tempo
terça-feira, abril 07, 2009
"Meditabundando"
“Não existe uma única idéia importante de que a necessidade não tenha sabido servir-se: esta é universal e versátil, e pode usar todos os vestidos da verdade. A verdade, pelo contrário, tem um único traje e um único caminho, e acarreta sempre desvantagens.”
Robert Musil, El hombre sin atributos
Robert Musil, El hombre sin atributos
segunda-feira, abril 06, 2009
Contradições
Por trezentas moedas de prata
Dispensávamos os perfumes
E mesmo a mesa farta
Podia ser a tábua exposta
Ao vazio das coisas
Ao vazio, afinal, de nós próprios.
Por trezentas moedas de prata
Dispensávamos os aromas
E afirmávamos a nossa bondade.
Mas por trezentas moedas de prata
Deixávamos também de ser
E perdíamo-nos na ausência.
Porque a nossa bondade
Deverá ser apenas a descoberta
Do que somos e não podemos.
Dispensávamos os perfumes
E mesmo a mesa farta
Podia ser a tábua exposta
Ao vazio das coisas
Ao vazio, afinal, de nós próprios.
Por trezentas moedas de prata
Dispensávamos os aromas
E afirmávamos a nossa bondade.
Mas por trezentas moedas de prata
Deixávamos também de ser
E perdíamo-nos na ausência.
Porque a nossa bondade
Deverá ser apenas a descoberta
Do que somos e não podemos.
domingo, abril 05, 2009
Trova do tempo inquieto
Trazes nos olhos o tempo de querer o bem
E desvendas sem tempo olhares sedentos de sabedoria
E nos teus olhos ávidos coabitam horizontes
De histórias abertas à descoberta de novos rumos
Das tuas mãos oferecidas jorram águas cristalinas
Cascatas intensas geradoras de novos mundos, novas vidas
E os teus gestos abarcam universos re-descobertos
Em tempos imemoriais de aventuras sonhadas e repartidas
Caminham estradas abertas na memória comum de nós próprios
Os teus pés que conhecem já a aridez do sangue derramado
E são caminhos e rumos e estradas os teus passos decisivos
Que transportam a nossa história ao encontro do tempo inquieto
E desvendas sem tempo olhares sedentos de sabedoria
E nos teus olhos ávidos coabitam horizontes
De histórias abertas à descoberta de novos rumos
Das tuas mãos oferecidas jorram águas cristalinas
Cascatas intensas geradoras de novos mundos, novas vidas
E os teus gestos abarcam universos re-descobertos
Em tempos imemoriais de aventuras sonhadas e repartidas
Caminham estradas abertas na memória comum de nós próprios
Os teus pés que conhecem já a aridez do sangue derramado
E são caminhos e rumos e estradas os teus passos decisivos
Que transportam a nossa história ao encontro do tempo inquieto
sábado, abril 04, 2009
sexta-feira, abril 03, 2009
Evolução
Temos pedras que não sabemos
E força para as usar.
Temos palavras que não calamos
E verbos capazes de calar.
Temos pedras que não sonhamos
E arte para as lançar.
Com medo nos atiramos
Ao encontro do mistério.
Gritamos a nossa raiva
Transformada em impotência.
Somos prisioneiros
Da nossa incerteza
Da nossa insegurança.
E agarramo-nos
Crispados
À noite que inventámos.
Condenámos a inquisição
Mas fomentámos
A escravidão.
Abolimos a escravatura
Mas descobrimos
A opressão.
Quisemos o fim da opressão
Mas sonhámos
O extermínio.
Ousámos um mundo novo
Mas assumimos
A marginalização.
Ontem, como hoje,
As leprosarias,
Os Santos Ofícios,
As galés,
Os guetos.
Ontem, como hoje,
A dúvida,
A insegurança,
A ignorância.
O mesmo medo!
(Teorema, Dezembro 2003)
E força para as usar.
Temos palavras que não calamos
E verbos capazes de calar.
Temos pedras que não sonhamos
E arte para as lançar.
Com medo nos atiramos
Ao encontro do mistério.
Gritamos a nossa raiva
Transformada em impotência.
Somos prisioneiros
Da nossa incerteza
Da nossa insegurança.
E agarramo-nos
Crispados
À noite que inventámos.
Condenámos a inquisição
Mas fomentámos
A escravidão.
Abolimos a escravatura
Mas descobrimos
A opressão.
Quisemos o fim da opressão
Mas sonhámos
O extermínio.
Ousámos um mundo novo
Mas assumimos
A marginalização.
Ontem, como hoje,
As leprosarias,
Os Santos Ofícios,
As galés,
Os guetos.
Ontem, como hoje,
A dúvida,
A insegurança,
A ignorância.
O mesmo medo!
(Teorema, Dezembro 2003)
quinta-feira, abril 02, 2009
Sei de teu olhar
Sei de teu olhar
O distante da minha presença.
E do teu caminho
Conheço a estrada
Onde inventamos presenças
Quase sempre de ausência.
A minha aventura
É a peregrinação prometida
Em tempos que não desvendo.
E a partida que arrisco
Torna-se na viagem permanente
Chegada prometida e alcançada.
O distante da minha presença.
E do teu caminho
Conheço a estrada
Onde inventamos presenças
Quase sempre de ausência.
A minha aventura
É a peregrinação prometida
Em tempos que não desvendo.
E a partida que arrisco
Torna-se na viagem permanente
Chegada prometida e alcançada.
quarta-feira, abril 01, 2009
Até qualquer dia, amigo
O meu amigo Zé partiu.
Há algum tempo já que apenas dele sabia que da vida já pouco sentia.
O meu amigo Zé partiu.
No meu tempo, chegou como partiu. Com a simplicidade dos que sabem que a vida é apenas tempo e oportunidade para viver. Com a simplicidade dos que conhecem o sabor da palavra amizade.
O meu amigo Zé partiu.
E no ar respiro um não sei quê que me segreda que se calhar haverá um tempo em que ainda nos vamos voltar a encontrar lá no cimo da montanha que acabamos todos um dia por subir.
Há algum tempo já que apenas dele sabia que da vida já pouco sentia.
O meu amigo Zé partiu.
No meu tempo, chegou como partiu. Com a simplicidade dos que sabem que a vida é apenas tempo e oportunidade para viver. Com a simplicidade dos que conhecem o sabor da palavra amizade.
O meu amigo Zé partiu.
E no ar respiro um não sei quê que me segreda que se calhar haverá um tempo em que ainda nos vamos voltar a encontrar lá no cimo da montanha que acabamos todos um dia por subir.
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