quarta-feira, dezembro 31, 2008
terça-feira, dezembro 30, 2008
Pensamentos subversivos (LXXVII)
O Senhor de Belém [não confundir com o Menino de Belém…] lá falou ontem. Mais uma vez. Disse dos seus motivos e falou com a seriedade que achou melhor para o momento.
Dos motivos e das razões que até lhe podem assistir, sejamos sinceros, não me apetece mesmo agora falar. Para o caso, ficamos assim.
O que importa por agora é que o Senhor de Belém, mais uma vez, veio dizer-nos que só conhece uma região desta nossa aldeia. Deste, sabe bem, ou julga saber bem, a matéria. Fala e opina com a convicção de tudo saber e de não lhe restarem pingos de dúvidas. De outras, de outra sobretudo, aí só sabe cumprir o silêncio. O silêncio táctico dos que não querem ver nem ouvir.
Por mim, dele não esperava, se calhar, coisa diferente. Já sabia o que por aí viria. E não me admirei mesmo nada. Está mesmo a cumprir o seu papel com toda a diligência. Por isso foi escolhido e para isso o elegeram.
E, já agora, que vem ao caso, apenas uma palavra para com algumas damas que se julgam ou julgaram de ferro e para com o seu séquito real: Há alturas na vida em que vale mesmo a pena lembrar as pregações de Frei Tomás.
Dos motivos e das razões que até lhe podem assistir, sejamos sinceros, não me apetece mesmo agora falar. Para o caso, ficamos assim.
O que importa por agora é que o Senhor de Belém, mais uma vez, veio dizer-nos que só conhece uma região desta nossa aldeia. Deste, sabe bem, ou julga saber bem, a matéria. Fala e opina com a convicção de tudo saber e de não lhe restarem pingos de dúvidas. De outras, de outra sobretudo, aí só sabe cumprir o silêncio. O silêncio táctico dos que não querem ver nem ouvir.
Por mim, dele não esperava, se calhar, coisa diferente. Já sabia o que por aí viria. E não me admirei mesmo nada. Está mesmo a cumprir o seu papel com toda a diligência. Por isso foi escolhido e para isso o elegeram.
E, já agora, que vem ao caso, apenas uma palavra para com algumas damas que se julgam ou julgaram de ferro e para com o seu séquito real: Há alturas na vida em que vale mesmo a pena lembrar as pregações de Frei Tomás.
domingo, dezembro 28, 2008
sábado, dezembro 27, 2008
Façam o favor de ler isto com muita atenção
«Leio uma notícia sobre a aula onde alunos do 11.º ano de escolaridade (tendo à volta de 16, 17 anos) apontaram uma pistola de plástico a uma professora: "Na origem deste caso (...) está um vídeo, com cerca de 30 segundos, filmado com um telemóvel, que mostra um grupo de alunos a ameaçar a professora de Psicologia com uma arma de plástico." Eu quero fazer uma rectificação: na origem deste caso não está vídeo nenhum, como na origem da queda das Torres Gémeas não estão os filmes, que todos vimos, dos aviões a embater nelas. Na origem deste caso estão alunos a apontar uma pistola de plástico a uma professora. Faço a rectificação também porque a presidente da Associação de Pais da Escola do Cerco, no Porto, achou necessário informar que não foram os alunos que colocaram o filme no YouTube, mas "alguém que não é amigo deles." Eu, se fosse da Associação de Pais daquela escola, focalizaria toda a minha atenção no facto maior, aquele que é "a origem deste caso": alunos de 16, 17 anos apontarem uma pistola de plástico a uma professora. Enquanto estes factos extraordinários forem lavados com água de malvas, continuaremos a ter estes factos extraordinários.»
Ferreira Fernandes
O FACTO E O QUE É IRRELEVANTE
Diário de Notícias, 27.12.2008
Ferreira Fernandes
O FACTO E O QUE É IRRELEVANTE
Diário de Notícias, 27.12.2008
sexta-feira, dezembro 26, 2008
Acrósticos [III]
Numa noite especial
Abriram-se um dia
Tempos de novos sentires
Até então escondidos
Lá bem no fundo de todos nós.
Abriram-se um dia
Tempos de novos sentires
Até então escondidos
Lá bem no fundo de todos nós.
quinta-feira, dezembro 25, 2008
quarta-feira, dezembro 24, 2008
terça-feira, dezembro 23, 2008
Do tempo
Natal
Natal divino ao rés-do-chão humano,
Sem um anjo a cantar a cada ouvido.
Encolhido
À lareira,
Ao que pergunto
Respondo
Com as achas que vou pondo
Na fogueira.
O mito apenas velado
Como um cadáver
Familiar…
E neve, neve, a caiar
De triste melancolia
Os caminhos onde um dia
Vi os Magos galopar…
Miguel Torga
Tirado daqui
Natal divino ao rés-do-chão humano,
Sem um anjo a cantar a cada ouvido.
Encolhido
À lareira,
Ao que pergunto
Respondo
Com as achas que vou pondo
Na fogueira.
O mito apenas velado
Como um cadáver
Familiar…
E neve, neve, a caiar
De triste melancolia
Os caminhos onde um dia
Vi os Magos galopar…
Miguel Torga
Tirado daqui
Bem pensado...
«(...) O problema é que, se Santana ganhar, será ele o vencedor; se Santana perder, a derrotada será Ferreira Leite. Toda a gente já percebeu que Santana nunca perde. Ou ganha, ou passa a andar por aí. Derrotas, não há notícia de ter sofrido.»
Ricardo Araújo Pereira
O menino guerreiro está a passar por aqui
Visão, 23.12.2008
Ricardo Araújo Pereira
O menino guerreiro está a passar por aqui
Visão, 23.12.2008
segunda-feira, dezembro 22, 2008
‘Estória’ de Natal
Era uma vez uma pedra. Uma simples e pequena pedra. No meio das muitas outras pedras que se abandonavam ali mesmo junto ao bosque que rodeava a terra dos homens, nada a distinguia das suas irmãs de natureza. Mais do que as diferenças, que muitas vezes as distinguiam umas das outras, esta simples e pequena pedra apenas sabia tornar-se igual a todas as outras que consigo ocupavam aquele lugar.
Era uma simples e pequena pedra. Que de pequenez se tornava quase sempre invisível aos olhos que ali buscavam sobretudo o bonito e o especial. Que de simplicidade se descobria e vestia no meio de complicadas teias de cor e variedade.
Mas também era uma vez um dia. E uma noite. E uma gente. Gente simples e possuindo a humildade da própria simplicidade.
E assim, era uma vez um homem e uma mulher. Um homem e uma mulher como tantos homens e tantas mulheres que cruzam quase todos os dias os nossos caminhos. Um homem e uma mulher que apenas sabem caminhar com a serenidade que sobressai dos seus olhares perscrutantes e desafiadores.
Era uma vez um homem e uma mulher. Que caminhavam a estrada poerenta dos lugares fora dos povoados. O homem amparava a mulher com o cuidado de quem sabe que está a cuidar da pópria vida. É que a mulher já tinha em si, há tempo quase completo, o fruto que no seu ventre um dia fora plantado.
E com tudo isto, era igualmente uma vez um tempo. Um tempo que estava a decorrer do próprio tempo. Era um tempo propício à descoberta da própria vida. Da vida que surge sempre nova e livre como o próprio tempo.
Era uma vez uma simples e pequena pedra.
Era uma vez um homem e uma mulher.
Era uma vez um tempo.
E foi nesse momento especial, de um tempo tão cheio de tempo, que um homem e uma mulher olharam uma pequena e simples pedra.
E foi nesse momento especial, se calhar numa noite cálida e com o céu a sorrir nas estrelas que brilhavam, parecia mesmo, até com mais intensidade, que um homem e uma mulher entraram numa gruta aberta na rocha do caminho, ali mesmo nos arredores de qualquer lugar.
E foi nessa gruta que nessa noite, um vagido foi escutado, dado junto do ventre da mulher que tinha a cabeça apoiada apenas numa pequena e simples pedra.
Era uma vez uma esperança. Para toda a gente, estou em crer.
Era uma simples e pequena pedra. Que de pequenez se tornava quase sempre invisível aos olhos que ali buscavam sobretudo o bonito e o especial. Que de simplicidade se descobria e vestia no meio de complicadas teias de cor e variedade.
Mas também era uma vez um dia. E uma noite. E uma gente. Gente simples e possuindo a humildade da própria simplicidade.
E assim, era uma vez um homem e uma mulher. Um homem e uma mulher como tantos homens e tantas mulheres que cruzam quase todos os dias os nossos caminhos. Um homem e uma mulher que apenas sabem caminhar com a serenidade que sobressai dos seus olhares perscrutantes e desafiadores.
Era uma vez um homem e uma mulher. Que caminhavam a estrada poerenta dos lugares fora dos povoados. O homem amparava a mulher com o cuidado de quem sabe que está a cuidar da pópria vida. É que a mulher já tinha em si, há tempo quase completo, o fruto que no seu ventre um dia fora plantado.
E com tudo isto, era igualmente uma vez um tempo. Um tempo que estava a decorrer do próprio tempo. Era um tempo propício à descoberta da própria vida. Da vida que surge sempre nova e livre como o próprio tempo.
Era uma vez uma simples e pequena pedra.
Era uma vez um homem e uma mulher.
Era uma vez um tempo.
E foi nesse momento especial, de um tempo tão cheio de tempo, que um homem e uma mulher olharam uma pequena e simples pedra.
E foi nesse momento especial, se calhar numa noite cálida e com o céu a sorrir nas estrelas que brilhavam, parecia mesmo, até com mais intensidade, que um homem e uma mulher entraram numa gruta aberta na rocha do caminho, ali mesmo nos arredores de qualquer lugar.
E foi nessa gruta que nessa noite, um vagido foi escutado, dado junto do ventre da mulher que tinha a cabeça apoiada apenas numa pequena e simples pedra.
Era uma vez uma esperança. Para toda a gente, estou em crer.
domingo, dezembro 21, 2008
Afinal, tão simples...
«(...) Agora que está aí o Natal, é ocasião para meditar no Deus que manifesta a sua benevolência e magnanimidade criadoras no rosto de uma criança. Jesus não veio senão revelar que Deus é amor, favorável a todos os homens e mulheres e querendo a sua realização plena. Perante um "deus" que os humilhasse e escravizasse, só haveria uma atitude digna: ser ateu.»
Anselmo Borges
'PROVAVELMENTE DEUS NÃO EXISTE'
Diário de Notícias, 20.12.2008
Anselmo Borges
'PROVAVELMENTE DEUS NÃO EXISTE'
Diário de Notícias, 20.12.2008
sábado, dezembro 20, 2008
Tempo [espaço] de tolerância
Três vozes
Ecoam
No silêncio
De um espaço
Aberto
E livre.
Três palavras
Irrompem
Na pedra
Polida
De um tempo
Intemporal
Três gestos
Iluminam
Rostos diferentes
Mas revelados
Irmãos
Em espírito.
Ecoam
No silêncio
De um espaço
Aberto
E livre.
Três palavras
Irrompem
Na pedra
Polida
De um tempo
Intemporal
Três gestos
Iluminam
Rostos diferentes
Mas revelados
Irmãos
Em espírito.
"NATAL, E NÃO DEZEMBRO"
“Entremos, apressados, friorentos
Numa gruta, no bojo de um navio,
Num presépio, num prédio, num presídio,
No prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos, e depressa, em qualquer sítio,
Porque esta noite chama-se Dezembro,
Porque sofremos, porque temos frio.
Entremos, dois a dois: somos duzentos,
Duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rasto de uma casa,
A cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
Das mãos dadas talvez o fogo nasça,
Talvez seja Natal e não Dezembro,
Talvez universal a consoada."
In "As Lições do Fogo " de David Mourão Ferreira
Numa gruta, no bojo de um navio,
Num presépio, num prédio, num presídio,
No prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos, e depressa, em qualquer sítio,
Porque esta noite chama-se Dezembro,
Porque sofremos, porque temos frio.
Entremos, dois a dois: somos duzentos,
Duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rasto de uma casa,
A cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
Das mãos dadas talvez o fogo nasça,
Talvez seja Natal e não Dezembro,
Talvez universal a consoada."
In "As Lições do Fogo " de David Mourão Ferreira
quinta-feira, dezembro 18, 2008
Provérbios
"Trate bem a Terra. Ela não foi doada a você por seus pais. Ela foi emprestada a você por seus filhos."
Provérbio Africano
Encontrado aqui
Provérbio Africano
Encontrado aqui
quarta-feira, dezembro 17, 2008
terça-feira, dezembro 16, 2008
Já está!
Ouvi agora. O homem vem aí. Do alto do seu "andar por aí", eis que finalmente lhe fizeram a vontade.
E sempre acabou por vir pela mão de quem um dia até disse que se lhe visse a cara andaria outro caminho.
Nada a fazer. É a nossa aldeia no seu melhor.
Se calhar, os deuses não poderiam estar mais loucos...
Se é o Senhor quem o diz...
«(...) Pedem-se e pediram-se sacrifícios para cumprir as metas do défice, impostas por Bruxelas. Mas, ao mesmo tempo, os multimilionários engordaram - os mesmos que agora emagreceram na roleta russa das economias de casino - e os responsáveis políticos (os mesmos, por quase toda a Europa) não pensam em mudar o paradigma ou não anunciam essa intenção e não explicam sequer aos eleitores comuns, os eternos sacrificados, como vão gastar o dinheiro que utilizam para salvar os bancos e as grandes empresas da falência, aparentemente deixando tudo na mesma? E querem depois o voto desses mesmos eleitores, sem os informar seriamente nem esclarecer? É demais! É sabido: quem semeia ventos colhe tempestades...(...)»
Mário Soares
A CRISE E OS MILHÕES
Diário de Notícias, 16.12.2008
Mário Soares
A CRISE E OS MILHÕES
Diário de Notícias, 16.12.2008
segunda-feira, dezembro 15, 2008
Acrósticos [II]
Vem com a subtileza do orvalho
Ignorando os dias e as noites
Numa orgia de sentidos.
Honrado por muitos e muitos
Ostraciza-se noutros sem remorsos.
Ignorando os dias e as noites
Numa orgia de sentidos.
Honrado por muitos e muitos
Ostraciza-se noutros sem remorsos.
domingo, dezembro 14, 2008
Estou a ver que é mesmo isto que alguns vão começar por dizer...
Pois é, pois é. Mas primeiro, se calhar, o melhor é criar várias comissões, que se dividiriam em várias sub-comissões, que fariam inúmeros colóquios e seminários para se poder determinar com a maior concretização possível, que tipo de grandes fortunas é que existem, e que tipo de taxas é que seria justo aplicar. E, já agora, também, a partir de quanto é que uma fortuna pode ser considerada grande ou não. Tudo questões de imensa importância, e que não se pode definir com ligeireza. Por isso, medidas desta natureza, precisam de tempo para serem postas em prática. Muito mesmo, dada a complexidade.
Mas fica registado. Seria uma medida interesante...
Mas fica registado. Seria uma medida interesante...
sábado, dezembro 13, 2008
sexta-feira, dezembro 12, 2008
Avoamentos
Em tudo semelhante a meus semelhantes
Dei por mim a repensar o meu estado de ser.
Hora de procura sem conhecer a descoberta
Arrisco a aventura de desvendar o desconhecido
Com a única certeza das minhas dúvidas assumidas.
Este é o tempo de ousar o tempo
De percorrer o caminho sem retorno.
Este é o tempo de escolher o tempo
De procurar a sorte sem recear a má sorte.
Este é, afinal, e tão-somente, o nosso tempo.
Dei por mim a repensar o meu estado de ser.
Hora de procura sem conhecer a descoberta
Arrisco a aventura de desvendar o desconhecido
Com a única certeza das minhas dúvidas assumidas.
Este é o tempo de ousar o tempo
De percorrer o caminho sem retorno.
Este é o tempo de escolher o tempo
De procurar a sorte sem recear a má sorte.
Este é, afinal, e tão-somente, o nosso tempo.
quinta-feira, dezembro 11, 2008
quarta-feira, dezembro 10, 2008
Quotidianos [VII]
Ali, naquele espaço onde o Pessoa nos observa com a serenidade do tempo e do bronze, olhou-me a numa voz tranquila e simples perguntou-me se gostava de poesia.
Se gostava de poesia…
Tão simples como isso.
E, com esta simplicidade quase espiritual deixou-me ali pregado ao chão, sem saber lá muito bem como reagir.
Se gostava de poesia…
Claro que não podia dizer que não. Seria uma violência à minha própria maneira de ser. Como posso eu dizer uma coisa que me está entranhada no sangue e me absorve, por vezes até ao desespero de temer perder as palavras?
Se gostava de poesia…
Ao dizer-lhe que sim, mostrou-me uma folha onde palavras bailavam em estrofes construídas, quase de certeza, com o calor de quem quer comunicar. Colocou-ma nas mãos com a gratuidade de quem oferece o que tem.
Se gostava de poesia…
E, por acaso, ou talvez não, até gostei do que estava a ler. Eram palavras simples, de gente simples. Eram palavras de gente que apenas queria ser escutada, para poder dizer que apenas queria poder viver. E que, por acaso, ou talvez não, até não sabia como poder viver.
Se gostava de poesia…
A verdade é que gosto. Mas a verdade é também que não gosto mesmo nada de que existam à nossa volta, no meio de nós, alguns, tão gente como nós, que precisem de vir perguntar a quem passa se gostava de poesia.
Esta é a poesia que não descobrimos, que não lemos. Esta é a poesia que não revelamos, que escondemos sob o nosso próprio chão. Esta é a poesia que não cantamos nem declamamos nos nossos saraus, às vezes até de solidariedade.
Mas esta é, estou certo, a poesia que devia tornar-se a nossa poesia.
Se gostava de poesia…
Tão simples como isso.
E, com esta simplicidade quase espiritual deixou-me ali pregado ao chão, sem saber lá muito bem como reagir.
Se gostava de poesia…
Claro que não podia dizer que não. Seria uma violência à minha própria maneira de ser. Como posso eu dizer uma coisa que me está entranhada no sangue e me absorve, por vezes até ao desespero de temer perder as palavras?
Se gostava de poesia…
Ao dizer-lhe que sim, mostrou-me uma folha onde palavras bailavam em estrofes construídas, quase de certeza, com o calor de quem quer comunicar. Colocou-ma nas mãos com a gratuidade de quem oferece o que tem.
Se gostava de poesia…
E, por acaso, ou talvez não, até gostei do que estava a ler. Eram palavras simples, de gente simples. Eram palavras de gente que apenas queria ser escutada, para poder dizer que apenas queria poder viver. E que, por acaso, ou talvez não, até não sabia como poder viver.
Se gostava de poesia…
A verdade é que gosto. Mas a verdade é também que não gosto mesmo nada de que existam à nossa volta, no meio de nós, alguns, tão gente como nós, que precisem de vir perguntar a quem passa se gostava de poesia.
Esta é a poesia que não descobrimos, que não lemos. Esta é a poesia que não revelamos, que escondemos sob o nosso próprio chão. Esta é a poesia que não cantamos nem declamamos nos nossos saraus, às vezes até de solidariedade.
Mas esta é, estou certo, a poesia que devia tornar-se a nossa poesia.
segunda-feira, dezembro 08, 2008
"Meditabundando"
"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver".
Amyr Klink
Citação daqui
Amyr Klink
Citação daqui
domingo, dezembro 07, 2008
Hoje, “subiu a montanha”...
Antonio Alçada Batista“Acho que nós temos que ter uma relação com a transcedência. Este mundo em que a gente vive transcende, não cabe dentro deste mundo. Tudo que é importante é misterioso. A vida é misteriosa, o amor é misterioso. A gente tem que ter um sistema de dialogar com o mistério – normalmente, são as religiões. As pessoas estão realmente ansiosas por coisas que abram caminhos.”
Fonte daqui
Imagem daqui
sábado, dezembro 06, 2008
Avoamentos
Com a pressa dos dias que vivemos
Ousamos o passo final
É urgente reinventar o olhar
E redescobrir horizontes perdidos
Ousamos o passo final
É urgente reinventar o olhar
E redescobrir horizontes perdidos
sexta-feira, dezembro 05, 2008
quinta-feira, dezembro 04, 2008
“HAIKU” [XXXV]
Paz e silêncio –
Vinda da chuva, a borboleta
Entra no meu quarto.
ENOMOTO SEIFU (1732-1815)
Vinda da chuva, a borboleta
Entra no meu quarto.
ENOMOTO SEIFU (1732-1815)
quarta-feira, dezembro 03, 2008
Devaneios
Encontrei os teus olhos no meio de mais de mil olhos que continuam permanentemente a passar nos caminhos que teimosamente vamos percorrendo. Nada melhor que os olhos para desvendar o interior que, muitas vezes, até queremos bem escondido.
Encontrei os teus olhos no meio do muito que à nossa volta nos vai tentando enebriar e confundir. E à nossa volta, as mais das vezes, apenas podemos ver o que querem que vejamos e não o que vale a pena olhar.
Encontrei os teus olhos no meio de tanta coisa que vai acontecendo e que não poucas vezes até nem damos por elas. Na verdade, se calhar, até nem damos mesmo por elas, por aquelas coisas que vão acontecendo, que vão até mudando muito do que por nós vai passando. Que até vão contundendo connosco, mas quase sempre esbarram no gelo da nossa insensibilidade.
Encontrei os teus olhos. Ponto final.
Encontrei os teus olhos no meio do muito que à nossa volta nos vai tentando enebriar e confundir. E à nossa volta, as mais das vezes, apenas podemos ver o que querem que vejamos e não o que vale a pena olhar.
Encontrei os teus olhos no meio de tanta coisa que vai acontecendo e que não poucas vezes até nem damos por elas. Na verdade, se calhar, até nem damos mesmo por elas, por aquelas coisas que vão acontecendo, que vão até mudando muito do que por nós vai passando. Que até vão contundendo connosco, mas quase sempre esbarram no gelo da nossa insensibilidade.
Encontrei os teus olhos. Ponto final.
terça-feira, dezembro 02, 2008
segunda-feira, dezembro 01, 2008
Avoamentos
Tenho na minha caneta
A tinta que escorre breve
E me preenche os papéis
Com que procuro afirmar
A minha essência de vida.
E a minha caneta, se calhar,
Mais não é que o instrumento
Com que me questiono
Em perenes inquietações.
A tinta que escorre breve
E me preenche os papéis
Com que procuro afirmar
A minha essência de vida.
E a minha caneta, se calhar,
Mais não é que o instrumento
Com que me questiono
Em perenes inquietações.
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