De certeza em certeza, até à certeza final. Este poderia ter sido o lema dos últimos tempos. Do candidato que antes de o ser já o era, do vencedor das eleições que antes do dia já o era. Tudo bem previsível, está-se a ver. Viu-se.
Para fecharmos este dossier, e até para exorcizarmos os nossos fantasmas e as nossas desilusões, apenas dois ou três apontamentos.
1. Há muito tempo, talvez desde há mais ou menos dez anos, que se estava a preparar o cenário que agora se desenrola à nossa frente. Para Cavaco aparecer, tiveram que se afastar, primeiramente, os potenciais perturbadores do seu caminho. E um a um, lá foram indo para outras paragens. Lá fora e cá dentro. Por isso, os “normais e eternos” tabus, tão necessários. Depois foi o que se viu. Caminho a uma só velocidade e a uma só rota. Até à consagração final. “Fumo branco”, pois.
2. Poder-se-ia dizer que Mário Soares e o PS, nunca perceberam muito bem o que se estava a passar. Ou, se calhar, talvez não. Ou, se calhar, leram muito bem os sinais do tempo. A mim quer-me cá parecer que, afinal, tudo correu de feição para o nosso José Sócrates. Tem o Presidente que, estou convencido, ele queria. É que parece-me, e mais alguns amigos, que novo ciclo começou agora. Desiludam-se todos: o PS que conheciam, acabou. É tempo de um novo PS. Melhor ou não, não cabe agora e aqui analisar. Ficará para outras calendas. Mas diferente, de certeza. Por isso, creio que se passou de tempo de “alternativa política” ao tempo de “alternância política”. Talvez seja a globalização da vida política portuguesa a manifestar-se. Muito mais perto, se calhar, da Nova Ordem Mundial.
3. Manuel Alegre, o candidato que ficou em segundo lugar, teve a meu ver uma vitória de Pirro. E parece-me que, apesar de tudo, por aqui vai ficar. Serviu para saciar, para catalizar os descontentes da política deste Governo (e que até tinham, muitos, votado PS nas últimas legislativas). E serviu também para legitimar a vitória de Cavaco Silva. Creio bem que o seu espaço, por mais que alguns digam o contrário, se esgotou nestas eleições. Se sair agora, sairá em alta, estou certo. E já agora aproveito para dizer que a poesia, a literatura, precisam bem mais dele. É lá que, seguramente, gostaria de voltar a vê-lo.
O povo escolheu, está escolhido. Mal ou bem, quer gostemos ou não (e eu definitivamente não gostei), Cavaco Silva é o Presidente – eleito – da República Portuguesa.
Muitas vezes o povo vai por um caminho e eu vou por outro. É da vida. Mas não deixa de ser o meu povo, nem eu deixo de ser quem sou.
Por isso, desejo as maiores felicidades e sucesso ao Presidente agora eleito. A bem de todos nós, é óbvio. Tão-somente.
Para fecharmos este dossier, e até para exorcizarmos os nossos fantasmas e as nossas desilusões, apenas dois ou três apontamentos.
1. Há muito tempo, talvez desde há mais ou menos dez anos, que se estava a preparar o cenário que agora se desenrola à nossa frente. Para Cavaco aparecer, tiveram que se afastar, primeiramente, os potenciais perturbadores do seu caminho. E um a um, lá foram indo para outras paragens. Lá fora e cá dentro. Por isso, os “normais e eternos” tabus, tão necessários. Depois foi o que se viu. Caminho a uma só velocidade e a uma só rota. Até à consagração final. “Fumo branco”, pois.
2. Poder-se-ia dizer que Mário Soares e o PS, nunca perceberam muito bem o que se estava a passar. Ou, se calhar, talvez não. Ou, se calhar, leram muito bem os sinais do tempo. A mim quer-me cá parecer que, afinal, tudo correu de feição para o nosso José Sócrates. Tem o Presidente que, estou convencido, ele queria. É que parece-me, e mais alguns amigos, que novo ciclo começou agora. Desiludam-se todos: o PS que conheciam, acabou. É tempo de um novo PS. Melhor ou não, não cabe agora e aqui analisar. Ficará para outras calendas. Mas diferente, de certeza. Por isso, creio que se passou de tempo de “alternativa política” ao tempo de “alternância política”. Talvez seja a globalização da vida política portuguesa a manifestar-se. Muito mais perto, se calhar, da Nova Ordem Mundial.
3. Manuel Alegre, o candidato que ficou em segundo lugar, teve a meu ver uma vitória de Pirro. E parece-me que, apesar de tudo, por aqui vai ficar. Serviu para saciar, para catalizar os descontentes da política deste Governo (e que até tinham, muitos, votado PS nas últimas legislativas). E serviu também para legitimar a vitória de Cavaco Silva. Creio bem que o seu espaço, por mais que alguns digam o contrário, se esgotou nestas eleições. Se sair agora, sairá em alta, estou certo. E já agora aproveito para dizer que a poesia, a literatura, precisam bem mais dele. É lá que, seguramente, gostaria de voltar a vê-lo.
O povo escolheu, está escolhido. Mal ou bem, quer gostemos ou não (e eu definitivamente não gostei), Cavaco Silva é o Presidente – eleito – da República Portuguesa.
Muitas vezes o povo vai por um caminho e eu vou por outro. É da vida. Mas não deixa de ser o meu povo, nem eu deixo de ser quem sou.
Por isso, desejo as maiores felicidades e sucesso ao Presidente agora eleito. A bem de todos nós, é óbvio. Tão-somente.
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