João vive a vida com a naturalidade daqueles que acabam por saber que a vida acaba quase sempre por ser apenas mais um dia em cima de um outro. Para ele, as horas, os dias, os meses, quiçá os anos, são apenas gotas que inundam o mar da vida.
João olha as coisas da vida como se delas apenas soubesse que ali estão. E mais não consegue entender, até porque acha que o tempo que vai gastando é afinal o tempo que tem à sua frente. Por enquanto. E isso, em vez de o perturbar, para não dizer outra coisa, parece mais que o fascina, como se deixa fascinar pelo Sol que se põe, ou pela nuvem que desenha imagens lá bem em cima.
Porque sempre quis viver a vida vivendo, João sempre se foi deixando envolver nos vários, quase muitos, projectos e ideias que permanentemente lhe iam sendo desvendados. Sempre acompanhado por outros que, como ele, gostavam de viver a vida assim, ousavam permanentemente a esperança sem desfalecimento. E acreditavam piamente que haveria de chegar um dia em que de seu haviam de chamar.
Mas como nestas coisas do tempo, o tempo não tem tempo, o próprio tempo vai caminhando a viagem intemporal. E quando se dá por ele, descobre-se que afinal o tempo não é mais que passado. Não é mais que presente. E mais não é que futuro.
Depois de ter começado mil e uma coisa, depois de ter interrompido mais de mil e uma coisa, depois até de ter recomeçado outras mais de mil e uma coisa, um dia, João deu por si como se estivesse no início de tudo. Depois de mais de mil e um recomeços, sem ter chegado a saborear sequer qualquer coisa que de concreto o deixasse ufano e orgulhoso, João apenas conseguiu descobrir que se calhar afinal a vida acaba quase sempre por ser apenas mais um dia em cima de um outro.
Ele que até passa a vida a dizer ser um sortudo da vida. Porque conhece a casa onde vive e a gente com quem partilha o tempo que teima em temperar os dias, os meses, os anos.
Por mim, estou em crer que um dia, João acabará mesmo por adormecer finalmente na praia.
João olha as coisas da vida como se delas apenas soubesse que ali estão. E mais não consegue entender, até porque acha que o tempo que vai gastando é afinal o tempo que tem à sua frente. Por enquanto. E isso, em vez de o perturbar, para não dizer outra coisa, parece mais que o fascina, como se deixa fascinar pelo Sol que se põe, ou pela nuvem que desenha imagens lá bem em cima.
Porque sempre quis viver a vida vivendo, João sempre se foi deixando envolver nos vários, quase muitos, projectos e ideias que permanentemente lhe iam sendo desvendados. Sempre acompanhado por outros que, como ele, gostavam de viver a vida assim, ousavam permanentemente a esperança sem desfalecimento. E acreditavam piamente que haveria de chegar um dia em que de seu haviam de chamar.
Mas como nestas coisas do tempo, o tempo não tem tempo, o próprio tempo vai caminhando a viagem intemporal. E quando se dá por ele, descobre-se que afinal o tempo não é mais que passado. Não é mais que presente. E mais não é que futuro.
Depois de ter começado mil e uma coisa, depois de ter interrompido mais de mil e uma coisa, depois até de ter recomeçado outras mais de mil e uma coisa, um dia, João deu por si como se estivesse no início de tudo. Depois de mais de mil e um recomeços, sem ter chegado a saborear sequer qualquer coisa que de concreto o deixasse ufano e orgulhoso, João apenas conseguiu descobrir que se calhar afinal a vida acaba quase sempre por ser apenas mais um dia em cima de um outro.
Ele que até passa a vida a dizer ser um sortudo da vida. Porque conhece a casa onde vive e a gente com quem partilha o tempo que teima em temperar os dias, os meses, os anos.
Por mim, estou em crer que um dia, João acabará mesmo por adormecer finalmente na praia.
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